Terroristas no Brasil


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-pescador

Simão-pescador

Permaneci silencioso durante 2016. Rascunhei artigos para o blog, mas depositei-os na lixeira. Eram superficiais diante dos “desgovernos brasileiros” neste século XXI. Venderam ao mundo um país de mentira, criado a peso d’ouro pela propaganda oficial.

Entrementes, por motivos de família, cá de Portugal, acompanho o desempenho do Brasil desde março de ‘64, quando ocorreu a revolução militar. Interessei-me neste evento pelo facto de ter os dois filhos mais velhos a residir no Brasil. Pensava que poderiam ser vitimados por guerrilheiros urbanos, que lutavam armados para implantar a ditadura do proletariado. E meus meninos eram comerciantes da livre iniciativa que, em tese, poderiam ser executados, na qualidade de “inimigos da guerrilha marxista-leninista”, que então se ensaiava.

Com o retorno do Brasil ao Estado de Direito Democrático (1988), acreditei que tudo iria melhorar; sou otimista. A economia seria recuperada e a política tinha líderes competentes para conduzi-la. Enganei-me, tal “um quadrado que acredita rolar”… Os guerrilheiros-terroristas continuaram a tentar assumir o poder central, muito embora, desta feita, a usar “focinho de paz e amor”. Por fim, desgraçadamente, conseguiram-no em 2002.

Resultado: tudo o que acontece hoje no país assume dimensões descomunais. Em especial, ladroagem, corrupção, ataques ao erário, analfabetismo, miséria, desemprego, caos político-econômico e total insegurança pública. Estas são as “realizações nobres” de quadrilhas do “colarinho-branco”. Tratam-se de factos imundos, imensamente imundos.

O Brasil de hoje é terra quase arrasada. Mas estou pasmo, pois muitos dos “guerrilheiros marxista-leninistas”, dos ditos “anos de chumbo”, tornaram-se misteriosamente milionários!

A parte isto, recebi telefonema de meu mais velho no dia primeiro de 2017. Evidente que me desejou longa vida e um bom ano de pesca. Porém, falou-me acerca de um massacre em duas unidades prisionais de Manaus, cometido entre presidiários de duas facções criminosas: a tal Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). ─ “Pai, chacinaram e degolaram 60 membros do PCC nessas prisões”, disse-me ele assustado.

Ouvi estupefacto as notícias de Simãozinho. Interessei-me por conhecer mais detalhes da clamorosa barbárie. Após analisar o farto material que comenta esse genocídio medieval, cheguei a cinco conclusões elementares:

  • A FDN é a protagonista da barbárie, associada à facção do Rio de Janeiro, o chamado Comando Vermelho (CV);
  • O PCC é a maior facção criminosa brasileira; sediada em São Paulo, esse gigante do crime comanda o tráfico transnacional de cocaína e armas pesadas. É mais destruidora que as demais;
  • O objetivo desta “irmandade temporária” é destruir o PCC ou pelo menos vence-lo na região norte, justo por que faz fronteira com países produtores de cocaína em larga escala – Bolívia, Peru e Colômbia. A questão é baratear a rota do tráfico, afora contar com a obscura segurança da floresta amazonense;
  • O genocídio realizado em Manaus envolve tão-somente dois presídios; todavia, existem centenas deles espalhados pelos estados brasileiros, onde o litígio entre essas mesmas facções está prestes a rebentar;
  • Merece atenção a possível participação do executivo, legislativo e judiciário amazonense em esquemas de propina com a empresa que diz administrar presídios instalados no estado.

Diagnóstico sumário da grave ameaça

Em síntese, o Brasil está a ser tomado por facções de guerrilheiros-terroristas, semelhantes às da década de ’60. Não se trata de acionar as polícias civil e militar, pois o país vive um Estado de Guerra aberta contra o tráfico internacional. Sinto dizer, mas está prestes a se tornar uma grande Colômbia, onde o terrorismo das FARC formula práticas brutais para a FDN executar!

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Operações Especiais na selva e na cidade

Para enfrentar cenários de guerra, a pronta-resposta somente cabe às Forças Armadas. Não importa o que acham ou pensam o Ministro da Justiça, a Presidente do STF ou o próprio Presidente da República. O único a comandar esse quadro há de ser o Ministro da Defesa, a quem cabe garantir a segurança nacional com o uso da força, sempre que necessário.

Finalizo surpreso com o facto que o Brasil possui a melhor escola mundial de guerra na selva. Através do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), ao longo de seu meio século de existência, já formou milhares de profissionais da selva. Um dos paradigmas que orienta esses militares é eloquente, a meu ver:

─ “Pense e aja como caçador, não como a caça”.