Cem anos de corrupção


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior

Foi difícil enjaular o vândalo-chefe do quadrilhão! Nunca trabalhou na vida, mas, segundo fontes seguras, desde 1978 apropriava-se de dinheiro público. Naquela ocasião, era presidente de um sindicato que ele desejara haver fundado.

Após inúmeros discursos feitos para fomentar greves, sempre na porta de fábricas, reunia-se com “companheiros comunistas” em botecos da cidade. Blasfemavam, enchiam a cara e, na madrugada, saiam bêbados pelas ruas, a zurrar sua estranha “felicidade no futuro”, a qual ficava estampada no focinho de seus parceiros da cachaça.

Daqueles tempos, devo salientar, a maioria dos “asseclas companheiros” desapareceu. Tudo me leva a crer que pereceram de fome, decerto com cirrose hepática. Contudo, o vândalo-chefe não se importava com a morte de “asseclas”. Até por que, danos colaterais não afetavam sua obsessão pelo poder; na verdade, estimulavam-na. Porém, tinha a incrível certeza que deveria adotar uma nova política de ação, de modo a substituir os cansativos movimentos grevistas. Creio que queria ser dono de algo mais rentável para si mesmo. Sempre quis ter fortunas para “esbanjar“.

Assim, apostou que poderia eleger-se para um cargo público. Pensava: teria farta remuneração, vantagens pessoais, benesses monetárias à socapa, além de sala com ar condicionado e dezenas de puxa-sacos assessores! O vândalo-chefe não titubeou. Selecionou meia dúzia de “asseclas companheiros” (sobreviventes) e, em 1980 fundou o “Partido das Trevas – PTr”, do qual se autodeterminou “presidente vitalício”. Todavia, continuou a promover greves, cada vez mais violentas, com vistas a fomentar o que desconhecia: a tal “revolução do proletariado”.

Graças a essa façanha, em 1981 a justiça condenou-o a 3 anos de prisão, por desacato às leis e incitação à desordem pública. Embevecido com este fato, considerou-se “famoso”, pois fora notícia na TV, com manchete em jornais da então chamada “esquerda festiva”.

No entanto, para susto dos cidadãos civilizados – dentre os quais me incluo –, em 1982 a justiça soltou o vândalo, presidente do PTr. Foi assim que, rápido no gatilho, candidatou-se ao governo do estado. Por óbvio, não foi eleito governador. Na verdade, o notório “vândalo-chefe” terminou em último lugar, naquele pleito.

Enfurecido com o resultado, decidiu escalar a hierarquia política, nem que fosse à força. Em 1986, candidatou-se a deputado federal. Foi um dos 60 deputados eleitos por aquele estado, com direito a morar na capital federal e receber as salgadas benesses monetárias de praxe. Entretanto, de forma inexplicável, no ano seguinte (1987) o “vândalo-deputado” pediu licença da Câmara Federal. Motivo alegado: tratar de assuntos particulares […].

Desse modo, o vândalo abriu mão de ser “representante do povo” e passou a escolher, dentre seus “sequazes-comunistas”, mais membros para formar sua súcia principal. Contudo, estabeleceu uma condição a todos: eram obrigados a serem sócios-pagantes do Partido dos Trapaceiros, a gerar receita para novas corrupções.  Em minha visão, foi assim que o vândalo definiu sua nova posição na política: de “representante do povo”, passou a se vender em palanques como digno “corrupto do povo”.

Em síntese, esta foi a continuidade da Era do Vândalo, que passou a ser chamada “Era do Corrupto”. Nela o ignóbil decidiu que a melhor forma de extorquir dinheiro público seria através de campanhas para presidente da República. Então, concorreu a três eleições sucessivas – 1989, 1994 e 1998. Perdeu todas. Porém, destaco que tomou duas sovas no 1º turno (1994 e 1998). Afinal, os eleitores rejeitaram suas blasfêmias contra cidadãos que se opunham à ideologia abjeta do PTr.

Por sinal, segundo notórios analistas políticos, esta ideologia desejava implantar a cleptocracia ditatorial no país. A bem dizer, resumo-a assim: ─ “Eu roubo tudo o que quiser e vocês, proletários, assistam-me submissos e calados!”

De fato, mesmo após ser derrotado várias vezes, o corrupto ficara milionário, dado o elevado montante de dinheiro que saqueara de cofres públicos. Lembro-me que naquela ocasião não tive dúvidas, o corrupto era uma criatura bipolar: chorava copiosamente com ódio extremo daqueles que o derrotaram e, ao mesmo tempo, gargalhava ao acariciar as folhas do dinheiro que roubara. A única coisa que unia estas condutas paradoxais eram os litros de cachaça que bebia, por ambos os motivos: de um lado, pela agonia das derrotas eleitorais; de outro, pela grandeza dos desvios milionários que realizara.

Diante desse cenário da demência, a súcia principal que liderava o então bilionário PTr, decidiu mais uma vez intensificar a luta pelo poder nacional. Na imunda escuridão dos bastidores da súcia, o terrorista-chefe comunicou aos demais sequazes que, para o corrupto bêbado concorrer à presidência pela 4ª vez, todos haveriam de ser profissionais em corrupção.

─ “Nada de amadores na corrupção”, dissera ele à frenética corja que o aplaudia de pé.

Saliento que o corrupto ainda não sabia das decisões tomadas pela súcia de terroristas. De fato, permaneceu por mais de um ano bêbado – como sempre –, antes de ser comunicado sobre o ambicioso plano corruptivo, desenhado pelo terrorista-chefe – aquele mesmo, que fora treinado em Cuba por genocidas da KGB.

Em minha ótica, este plano possuía duas frentes de ataque. A primeira, destinada a eleger o corrupto-chefe como presidente da República, em 2002. Após alcançada esta meta, a segunda era aparelhar instituições federais com sequazes da súcia-terrorista. Penso que o terrorista-chefe acreditava ser capaz de garantir o PTr no poder, por pelo menos 100 anos. Isso mesmo, o terrorista estava dedicado a criar a alucinação geral no povo, durante cem anos de corrupção monumental!

Como todos sabem, este enredo criminoso quase deu certo. Afinal, o corrupto-chefe foi eleito; várias instituições dos três poderes foram magistralmente aparelhadas pela ideologia abjeta do PTr; a corrupção generalizada ocorreu como nunca dantes; o desastre da administração popular foi executado: socializaram-se várias quadrilhas públicas, que cometeram espetaculares desvios do erário, seguidos do eficaz branqueamento monetário (lavagem de dinheiro, alhures). Quanto à alucinação popular… bem, não foi centenária. Mas permaneceu contagiosa por 13 anos. Depois, evaporou-se, igual a éter.

Após um longo processo na justiça, somente em abril de 2018 o corrupto foi declarado preso por crime comum, com pena de 23 anos na prisão. Ficou em cela especial por apenas 580 dias, pois a Alta Corte, num julgamento clamoroso, impediu a prisão de condenados em juízos da 2ª instância.

Prisão de Alcatraz

Vamos usar a Prisão de Alcatraz…

Desse modo, em novembro de 2019 o corrupto foi solto e desde então, zurra em palanques sem plateia. Assumiu a função de conspirador contra o atual governo federal. No entanto, há poucos dias, o conspirador voltou a ser condenado a mais 6 anos de prisão, novamente por um tribunal de 2ª instância. Contudo, está solto, de acordo com a nova, eloquente e desastrada interpretação da lei

Em suma, a folha corrida desta criatura é hedionda: inicia-se como vândalo, durante cerca de 10 anos; na sequência, torna-se corrupto por 20 anos, um recorde; finaliza-se como conspirador da República, em início de carreira. Todavia, ainda é réu em mais cinco ou seis processos da justiça criminal. Diante disso, pergunto: ─ Qual será o destino mais provável desta criatura?

Superior Jornalismo Federal – SJF


Ricardo Kohn, cidadão brasileiro.

Diante dos sucessivos descalabros cometidos pelo Poder Judiciário nas últimas décadas, em especial por sua Excelentíssima Alta Corte (STJ e STF), torna-se necessário criar uma instituição justa, que declare, como contrapartida racional, a posição majoritária do povo brasileiro.

Trata-se de uma instituição privada, sem qualquer relação com o setor público. Assim, por óbvio, sem necessidade de pedir permissão a quem quer que seja, para que possa existir e funcionar em benefício da sociedade.

Após matutar como organizar esta instituição, ou seja, qual classe de profissionais deveria ser estimulada, cheguei a uma conclusão simples: jornalistas e comentaristas da política brasileira. Afinal, embora dispersos, dezenas de milhares deles fazem isso diariamente.

Contudo, alguém poderá questionar: ─ Para que serve esse tal Supremo Jornalismo Federal?

Minha resposta é direta: favorecer a consolidação da consciência do povo brasileiro, diante dos descalabros que, há muito, são cometidos safadamente pela Alta Corte brasileira.

Vivas a Augusto Nunes que, em minha opinião, deverá ser o primeiro presidente do SJFSupremo Jornalismo Federal.

A Rosa de Brasília


Em 1954, Vinicius de Moraes escreveu a poesia “Rosa de Hiroshima”. Uma inequívoca verdade dedicada à reflexão dos cidadãos do mundo:

A Rosa Genocida

“Pensem nas crianças
Mudas telepáticas.
Pensem nas meninas
Cegas inexatas.
Pensem nas mulheres,
Rotas alteradas.
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas.
Mas, oh! Não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica.
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada”.

Ouça a música Rosa de Hiroshima!

Há poucos dias, após os 65 anos da poesia, o médico Carlos Eduardo Leão, atento às safadezas dos três poderes, publicou uma crônica que precisa ser entendida pela sociedade brasileira. Intitulou-a Rosa de Brasília. Eis seu magnífico texto.

A Rosa de hoje foi uma Rosa radioativa, estúpida e inválida. Foi a típica Rosa com cirrose. Uma anti-Rosa atômica, sem cor, sem perfume, sem Rosa, sem nada. Rosa traidora com a pequena esperança de uma nação. Rosa do voto confuso, de retórica rebuscada, juridicamente tendencioso, proferido sem vergonha. Rosa que não pensou no povo, mudo e telepático. Rosa que não honrou as bravas mulheres brasileiras rotas e alteradas pelo descompromisso da justiça. Rosa que não pensou nas crianças, cegas e inexatas pela desesperança. Rosa que não pensou nas feridas dos hospitais públicos, do desemprego, do sofrimento. Rosa que só pensou nos canalhas detratores da pátria. A Rosa de hoje não foi a Rosa Cálida. Foi a Rosa hereditária de uma genética ruim.

A Rosa de Brasília, sem cor, sem perfume, não é de toda estúpida e inválida. Há um lado positivo no seu voto perverso. Nesse julgamento fica tácito que o sistema político brasileiro está podre pela necrose ética que corrói deputados, senadores e outros funcionários públicos que lesam impiedosamente sob a proteção espúria do terceiro poder.

A Rosa de Brasília, não tenho dúvida, engrossa o coro dos críticos da indumentária presidencial na cerimônia de entronização de Sua Majestade, o imperador japonês. O presidente, único líder americano presente, resgatou as ordens honoríficas brasileiras, usadas junto a um fraque longo impecável, sendo a Ordem Nacional do Mérito instituída em 1946 por decreto do presidente Dutra, uma reedição da Ordem da Rosa de origem imperial. Que fique claro que a Ordem da Rosa é um símbolo pátrio, diferente da Rosa em questão, um símbolo nefasto do oportunismo jurídico contra as ações heroicas da Lava-Jato. O presidente estava elegante, iluminado, carismático e competente com as ações políticas desenvolvidas para choro copioso da esquerda podre.

Engrossa também o coro dos que criticam Bolsonaro por ter levado o seu indefectível Miojo para as horas em que a culinária local não o agrada tanto. Os críticos, invariavelmente a esquerdalha caviar e a extrema imprensa, fingem não se lembrar que o presidiário de Curitiba, a alma mais honesta do mundo, em situação semelhante, frequentava os mais caros restaurantes do mundo cujas iguarias eram regadas a Don Perignon, Petrus e Mouton Rothschild que, horas depois, o faziam urinar nas calças, escornado num canto qualquer, para delírio e aplausos frenéticos de seus asseclas, admiradores e seguidores. A sua substituta, não deixava por menos. A única diferença é que não foi flagrada molhada.

Estou na dúvida com os destinos do Brasil com tanta indignação acumulada e hoje culminada com o voto de Rosa. A Rosa de Hiroshima nasceu de uma bomba atômica lançada sobre inocentes indefesos. A Rosa de Brasília, mutatis mutandis, também. Será que é hora de caminhoneiros ligarem seus motores? Será que é o momento para quebra-quebra e caos? Talvez seja tudo que queira a esquerda ardilosa numa tentativa orquestrada pelo Foro de São Paulo, apoiado por dois dos três poderes da República, para desestabilizar a recente aprovação da Nova Previdência, da competente atuação do presidente na Ásia e do sucesso econômico que se descortina para 2020.

É hora de pensar, esfriar a cabeça e agir”.

Parabéns, DrCarlos Eduardo Leão!

Além de selvagem, predador


Ricardo Kohn, Escritor.

A fauna ocorrente nos ecossistemas naturais possui necessidades alimentares, as quais, uma vez satisfeitas, promovem sua sobrevivência, ainda que nem sempre a garantam. Afinal, imprevistos acontecem… Segundo pesquisadores, todas as espécies faunísticas pertencem a pelo menos uma cadeia alimentar, que inclui nutrientes específicos, além de outros espécimes da própria fauna – caso da fauna carnívora. A academia deu título a este tipo de cardápio: chama-se “cadeia trófica”.

Aqueles que trabalham para a conservação da fauna silvestre, dadas as espécies distintas que ocorrem nos sistemas ecológicos, precisam identificar qual a mais provável cadeia trófica existe em cada um. Caso contrário – com o passar do tempo –, poucas espécies faunísticas poderão ser conservadas. Afinal, há espécies carnívoras, omnívoras e herbívoras em busca de alimentos, ativas em variados habitats.

Nesta longa jornada, após inúmeros trabalhos de campo, o que realmente importava aos estudiosos era inferir “quem come quem” ou “o quê”; nada mais. Desse modo, conseguiram apurar as sequências de espécies silvestres que formam cadeias tróficas[1], ordenadas com base em seus hábitos de alimentação.

Diante disso, abre-se a questão:

─ Por qual motivo as espécies faunísticas que se encontram no topo da cadeia trófica são tratadas em livros e documentários como “animais selvagens e predadores”?

Afinal, estes membros da fauna ou visam à própria alimentação ou a proteger seu espaço domiciliar. Portanto, é normal que não ataquem pelo simples desejo de matar. Ao contrário, aproximem-se com uma espécie de “amizade imprevista” pelos sapiens. Veja a foto ao lado, onde um gorila afaga e protege um filhote de felino. Assim, deduz-se que há causas elementares que sempre motivam a fauna silvestre: alimentação imediata e, na perspectiva futura, sobrevivência de cada espécie. Todavia, sem perder sua característica protetiva de outra espécies faunísticas.

Por volta de 200 mil anos atrás, surgiu no sul da África uma nova espécie de primata. Sabe-se que, assim como outros carnívoros silvestres, formavam grupos nômades que se dedicavam à caça e abate de outros animais; tudo indica que eram temerários quando atendiam às próprias necessidades. Provavelmente, eram primatas bípedes, viviam no solo das matas, não se locomoviam pelos cipós de árvores, e reproduziam-se com extrema facilidade.

Coube ao botânico e zoólogo sueco, Carl Nilsson Linnaeus, propor uma classificação das espécies de plantas e de animais, segundo a visão científica do século 18. Após intenso trabalho de observação e pesquisa de campo, em 1735 concluiu a origem da taxonomia moderna, que consta de sua obra “Systema Naturae”.

Desse modo, baseados na lógica de Linnaeus, biólogos e antropólogos realizaram a classificação do novo primata africano, qual seja: Reino [Animalia]; Filo [Chordata]; Classe [Mammalia]; Ordem [Primatas]; Família [Hominidae]; Gênero [Homo]; Espécie [Homo sapiens]. Infere-se que, por meio desta estrutura de classes, o ser humano é animal, mamífero e primata. Portanto, concluíram que durante milhares de anos, este hominídeo foi mais um primata ativo da fauna silvestre, com taxonomia bastante similar à dos chimpanzés[2].

Estimam que o sapiens iniciou sua migração para fora continente africano por volta de 90 mil anos atrás. Antes de fixar-se no campo, ocorrida há cerca de 12 mil anos, o número total de indivíduos desta espécie permaneceu inferior a 1 milhão de primatas. Porém, com a subsistência quase garantida pelas práticas agrícolas que descobrira, o sapiens optou por fixar-se no campo. Para isso, arquitetou casebres e vilas com vistas a plantar sementes ao derredor de suas moradas. Então, há cerca de 10 mil anos, a população mundial de sapiens arcaicos, a aproveitar os bens gratuitos que a natureza lhes concedia, alcançou algo em torno de 5 milhões de primatas sapiens[3].

Contudo, estes sapiens arcaicos não previram as consequências de sua fixação no campo, da exuberância imprevista de suas primeiras plantações, assim como do início da troca de produtos agrícolas entre tribos semelhantes. O escambo foi o processo espontâneo que se sucedeu. Consistia na troca de produtos entre sapiens, habitantes de vilas próximas. Talvez haja sido o gênero ancestral do atual “comércio toma lá, dá cá”.

Provavelmente, as trocas eram realizadas através de conversas simples, que aconteciam mais ou menos assim: “– Dou-lhe algumas sementes e, em troca, peço-lhe um punhado de trigo” – decerto, o idioma era outro, pleno de grunhidos monossilábicos.

Por volta de 10 mil anos atrás, produtos agrícolas não possuíam valor ($$$), pois a terra e os insumos eram gratuitos. No entanto, sua produção exigia trabalho duro no campo: plantio, trato, colheita de talos e gramíneas destinados a alimentar os sapiens da própria aldeia; quando havia excedente, realizavam escambos com outras vilas de sapiens agrícolas. Infere-se que a transição realizada por grupos nômades, que se tornaram agricultores da subsistência, foi árdua, mas não definitiva. Muitos deles continuaram nômades-coletores, embora não apenas com a caça que abatiam.

Foi neste cenário que os dois grupos de sapiens tentaram conviver. Por óbvio, sem os cooperativos resultados de humanidade; ao contrário, viveram a criar raivosos conflitos pelos continentes. Até por que, aqueles que permaneceram coletores primitivos tornaram-se sapiens vagabundos e, para sobreviver, formaram súcias de primatas a saquear/destruir vilas e plantações dos sapiens trabalhadores.

Em suma, naqueles tempos tortuosos, acredita-se que “ao trabalhador coube o poder de manter viva a espécie; ao vagabundo, apenas fomentar conflitos”. O que fortalece esta hipótese foram as lutas inclementes nos 10 mil anos que se seguiram: batalhas e guerras permanentes, onde tribos antagônicas de sapiens trabalhadores e vagabundos – apostavam que venceriam. Porém, ambas foram derrotadas.

Por fim, admita-se que o sapiens moderno exista na Terra há pelo menos de 4 mil anos. A maioria de seus indivíduos acredita-se dotada da única inteligência primordial do universo. Capacitada para dominar, explorar e devastar qualquer ecossistema terráqueo. Bastaria que se sentisse prejudicada na construção da sua inóspita antroposfera. Sim, os espaços onde os ecossistemas primitivos reduziram-se a quase nada; foram vandalizados, substituídos por toneladas de cimento, ferragens e o asfalto. Vilas simples estabilizadas, tornaram-se cidades, metrópoles e megalópoles, império de assassinos, habitat preferencial das corjas de inomináveis ladrões. Em suma, somente os sapiens são selvagens, únicos predadores absolutos da Terra.

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[1] As cadeias tróficas são dinâmicas, alteram-se por diferentes fatos, mas sobretudo pela variação das populações faunísticas, assim como, em paralelo, pela evolução espontânea das espécies que restarem.
[2] Taxonomia do Chimpanzé: Reino [Animalia]; Filo [Chordata]; Classe [Mammalia]; Ordem [Primatas]; Família [Hominidae]; Gênero [Pan]; Espécie [Pan troglodytes].
[3] Sugere-se a leitura do artigo “O impressionante crescimento da população humana através da história”, de autoria de José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE.

Mineração na Idade do Bronze


Ricardo Kohn, Gestor do Ambiente.

A engenharia concebeu reservatórios e represas destinados a acumularem água e efluentes, tais como: (i) reservatórios de água tratada para distribuí-la à população; (ii) reservatórios de água in natura para geração de energia; (iii) reservatórios para tratamento de efluentes líquidos e pastosos [ETE – Estação de Tratamento de Efluentes]; e (iv) reservatórios de rejeitos da mineração [efluentes pastosos, não tratados].

Represas com estas finalidades têm funções distintas: três delas, para operarem da forma prevista, devem ter lâmina d’agua [ou de efluentes] elevada; enquanto as relativos à mineração, por questão de segurança hidráulica, precisam operar com volume limitado de efluentes [rejeitos, escórias pastosas].

Na ótica das pessoas minimamente civilizadas, observa-se que o saneamento básico e a geração de energia são os responsáveis pela qualidade da vida humana, por sua saúde e alimentação. Em outras palavras, água potável, efluentes tratados e geração de eletricidade são condições básicas para a sobrevivência do sapiens no planeta.

Todavia, qualquer reservatório precisa pelo menos de uma barragem para conter água ou efluentes. E a engenharia, com vista a alterar as forças do ambiente primitivo, constrói sólidas estruturas para armazenar matéria-prima [água] ou tratar os efluentes [domésticos e industriais].

No entanto, para que qualquer reservatório seja seguro – não se rompa com relativa frequência – são necessários complexos estudos de campo, de forma a garantir que, ao alterar as potentes forças do ambiente, suas barragens sejam projetadas em áreas geologicamente estáveis, ou seja: sobre rochas sólidas, sem acomodações do solo [sismos, induzidos ou naturais], capazes de suportar as barragens [engastadas em ombreiras].

Tragédia de Brumadinho, filha da incompetência amasiada com a corrupção

Todavia, em pleno século 21, as práticas da indústria minerária promoveram tragédias brutais no país. Os casos de Mariana e Brumadinho foram crimes repulsivos, com alta probabilidade de se repetirem em outras unidades da mineradora. A ser assim, pergunta-se: – “Onde foi parar a Engenharia de Minas brasileira”? – “Os engenheiros desta especialidade ainda aprendem a implantar medidas preventivas que reduzam seus altos riscos”?

Crê-se que não, com base nas tragédias citadas [crimes repulsivos], tudo indica que a Engenharia de Minas regrediu cerca de 5.000 anos, uma vez que adota processos e técnicas rudimentares, normalmente de elevado risco, típicos da Idade do Bronze.

Armadilhas


Ricardo Kohn, Escritor.

Já no primeiro mês do governo Bolsonaro, o presidente e seus ministros estão estupefatos com o que descobrem diariamente, sobretudo nas cavernas de instituições federais e em certas estatais imundas. Diante desse fato, todo cuidado tem sido pouco, pois, ao abrir a porta de qualquer sala vazia, há risco de receberem flechadas no peito ou, no primeiro passo à frente, cair-lhes sobre a cabeça um vaso de pedras. Acontece que o presidente, seus ministros e secretários não são suicidas. Ao contrário, estão a desarmar as armadilhas montadas e, com clareza, informar ao povo brasileiro o que sucedia nos governos que o antecederam.

……….

Embora a transição de governo haja sido, diga-se, “relativamente aceitável”, Temer não divulgou grande parte da plantação de armadilhas, muito menos as ações de sua danosa equipe de crápulas – herdados e nomeados. Afinal, ele sempre foi um primata covarde, inerte, incapaz de decidir. Portanto, abrir portas, entrar em salas vazias, nem pensar. Porém, ao contrário, dizem que estava ciente das armadilhas montadas, como funcionavam e como podiam ser manipuladas em benefício próprio, assim como atender à fúria monetária dos sequazes que herdara de governos anteriores.

De todo modo, para efeito deste artigo, classificam-se as armadilhas [montadas a partir de 2003] em quatro gêneros: (i) o aparelhamento total do Estado; (ii) os ataques desmedidos aos cofres públicos, que cresceram sistematicamente durante os últimos 16 anos; (iii) a compra imoral de parlamentares do Congresso , que resultou na implantação de uma estranha “democracia ditatorial”; por fim, (iv) a indicação de membros cínicos e ostensivos para atuarem nos tribunais superiores, com vistas a protegerem os titulares das quadrilhas instaladas nos poderes executivo e legislativo.

Acredita-se não ser relevante detalhar como se davam as operações destas quadrilhas e suas armadilhas. Até por que, os poucos veículos honestos da imprensa já tornaram claras e notórias as corrupções que foram cometidas por governantes que nunca governaram. Apenas se dedicaram a aumentar suas contas bancárias, multiplicar seus investimentos e enriquecerem com patrimônios bastardos.

Porém, além disso, as quadrilhas instaladas nunca tiveram qualquer plano de governo. Na verdade, possuíam um extenso programa arquitetado para roubar os bens da nação. O que é mais obsceno neste cenário, deve-se ao fato das quadrilhas terem conseguido realizar essa meta imoral. Como resultado internacional, após 16 anos de crimes sistemáticos, o Brasil deverá receber de uma instituição global um título que lhe será exclusivo, referido ao século 21: “Grande Império Mundial da Cleptocracia”. Ao longo dos próximos 81 anos que completarão este século, dificilmente será superado por governos corruptos de outras nações. No entender dos criminosos políticos brasileiros, trata-se de um prêmio de reconhecimento.

Armadilha para corruptos

Todavia, diante das sórdidas armadilhas já descobertas, a missão do governo Bolsonaro foi bastante ampliada. Quer dizer, além de cumprir à risca com seu plano e programas de governo, precisará, em curtíssimo prazo, realizar ações estratégicas destinadas a montar novas armadilhas; seu foco é encarcerar corruptos que, inexplicavelmente, ainda permanecem em liberdade, a “viver de renda”, bebendo água-de-coco pelas praias do país.

Enfim, chegou-se a 2019


Ricardo Kohn, Escritor.

Este artigo traz o sumário da saborosa “virada política brasileira”, ocorrida nas recentes eleições gerais – outubro de 2018. Sob a ótica das mudanças nacionais propostas, a economia, a segurança e a justiça parecem ter encontrado fortes vetores de suporte na estrutura ministerial do novo governo. Todavia, isto não é suficiente para que a nação brasileira se livre dos vícios da imoralidade pública, plantada sistematicamente desde há cerca de três décadas, em seu solo fértil. Os próximos 4 anos precisam ser dedicados à extinção desse plantio, além, sobretudo, de seus semeadores delinquentes.

……….

O Brasil entrou no século XXI sob intensa penumbra: opaco, escurecido, avermelhado e, sobretudo, difuso. Naquela oportunidade, sombras furtivas já rondavam espaços nebulosos da nação. Sombras que, desde o início de 2002, começaram a se mostrar ao povo com razoável nitidez. Por óbvio, alimentadas pela cobiça de controlarem cargos públicos nas eleições daquele ano. Em suma, sem detalhar fatos de sua [devassa] vida pregressa, o analfabeto carismático acabou eleito para presidir a República Federativa do Brasil.

A imoralidade vermelha no Alvorada

A imoralidade vermelha no Alvorada

Um de seus primeiros atos foi ordenar que flores fossem plantadas no jardim do palácio Alvorada, a formar a estrela vermelha, ícone de sua criminosa facção política. Com a arrogância de considerar-se o dono do Estado, o “abominável corrupto do semiárido” atendeu aos desejos de seus asseclas e vassalos [sócios variados e eternos escravos]. Porém, como era esperado, após 14 anos a comandar falcatruas em obras bilionárias, inclusive no exterior; a administrar o desvio de mais de R$ 1 trilhão dos cofres públicos, terminou condenado a 12 anos em regime fechado, por corrupção e lavagem de propina. No entanto, para o incontestável Rei da Corrupção Brasileira, 12 anos de prisão constituem um prêmio de Rei, uma regalia!

Acredita-se que a virada moral do povo foi motivada por dois fatores básicos: (i) as denúncias realizadas pelo MPF e (ii) o juízo condenatório de magistrados da 1ª instância, sempre com base em provas concretas, coletadas em operações da Polícia Federal. Segundo dados públicos[1], esta virada resultou no indiciamento de 346 sociopatas, que se tornaram réus; na condenação de 215 deles [muitos continuam soltos]; e na distribuição de 2.036 anos de penas para a canalha que infestava o executivo e o legislativo. Além, é claro, de penas severas para empresários ladrões que, em parceira com políticos condenados, roubavam descaradamente o erário público. Dado que esta corja ainda não recebeu as devidas penalidades [graças às leis criminais frouxas e manipuláveis], espera-se que estes números dobrem – ou tripliquem – durante o governo que ora se inicia, bem mais enxuto, com 22 ministérios. Talvez pudesse ser reduzido, com 15 pastas ministeriais.

Durante os governos da facção política [2003 a 2018], a nação chegou a ter 39 ministérios. Ou seja, um batalhão de ministros, no mais das vezes incompetentes, e vários exércitos de vagabundos comissionados. Nesse período assistiu-se às ações contínuas do “império da cleptocracia”. As turbas, instaladas no governo central, competiam entre si para baterem recordes da ladroagem pública. Foi assim que o Brasil se tornou notório campeão mundial de orgias sistemáticas com dinheiro público.

Chegou-se a 2019 com um novo governante eleito, justamente pela visão de medidas a serem executadas e interromper a corrupção que procriava, ao longo de 16 anos. Todavia, em apenas 18 dias de governo, Jair Bolsonaro continua a receber alfinetadas diárias, tanto por parte da imprensa que se acha dominante [esfomeada por contratos públicos], como pelos que ainda permanecem como fiéis asseclas do presidiário – o canalha subserviente a regimes totalitários. Deduz-se que estes personagens pretendem fazer o povo duvidar da capacidade de gestão do governo Bolsonaro. Mas isto é perda de tempo, pois foi ele próprio que o elegeu!

Chefe do GSI
Ministro Augusto Heleno GSI

Retorna-se aos vinte e dois ministros que acabaram de assumir seus cargos. Observa-se que quatro deles serão os pilares básicos para que o governo federal atinja às metas que beneficiarão ao povo que o elegeu. São eles: Paulo Guedes [Economia], Sérgio Moro [Justiça e Segurança Pública]), Augusto Heleno [Gabinete de Segurança Institucional] e Marcos Pontes [Ciência e Tecnologia]. De fato, para que o executivo federal atue com eficácia, os demais ministros deverão ser eficientes em suas decisões e ações. Porém, desde atuem dentro dos limites traçados pelos quatro pilares acima. Ou seja, sem cometerem audácias da inventividade.

Todavia, como a equipe ministerial nunca atuou junto, deve-se esperar deslizes por parte de certas pastas. Aliás, isto já se verifica na fala de alguns ministros. Cabe ao presidente Bolsonaro repreendê-los, fazer com que atuem dentro dos limites fixados. Porém, em caso de reincidência, precisa exonera-los imediatamente!

Presidente, a retórica de campanha encerrou-se. Agora resta-lhe a realidade dos fatos, a cumprir todas as propostas de governo que o elegeram. Trabalha-se pelo sucesso desta empreitada nacional.

Zum, Zaravalho!!!

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[1] Fonte: Ministério Público Federal.

Libertinagem da imprensa


Ricardo Kohn, Aprendiz de Filósofo.

Após os resultados das eleições de 2018, com a vitória popular a favor do livre mercado, observo que a imprensa poderosa – aquela financiada por propagandas do governo e de suas estatais –, perdeu a noção do que significou este notável sufrágio. Sobretudo, após esta mesma imprensa ter recebido polpudos proveitos econômicos durante os 14 anos do “desgovernoda quadrilha. Decerto, sentiu-se ameaçada em ter seus contratos suspensos. Saliento que, nesse mesmo período, a sociedade brasileira esteve submissa à devassidão governamental, a qual lhe foi imposta por uma longa série de corrupções ditatoriais, embora fantasiadas de “atos democráticos”.

No entanto, em fins de 2018, o povo acordou e, pelo voto livre, rompeu os grilhões da “grande patranha” que, desde de 2003, o acorrentava. Hoje, segundo pesquisa CNI/Ibope, 75% da população acredita que o presidente eleito – deputado Jair Bolsonaro – encontra-se no caminho certo para governar o país. Aliás, sem contar com campanhas de marketing, o “Capitão Bolsonaro” tornou-se mito para o povo brasileiro. Porém, mitos não podem ser criados; todos sabemos as consequências nefastas proporcionadas pelas ações de “mitos do passado recente“. Contudo, Bolsonaro tem afirmado que não é um mito, muito menos infalível; que poderá errar no curso de seu governo, mas que, neste caso, retomará o caminho correto pelo trabalho técnico de sua equipe ministerial.

A ser assim, a priori não tenho fatos para desacreditar  seu discurso. Ao contrário, como brasileiro decente é meu dever apostar no sucesso desta empreitada. Afinal, antes de ser eleito, superou diversas situações críticas. Dentre elas, uma facada no ventre disferida por um “assassino encomendado”, afora o sistemático bombardeio da “grande imprensa” – notícias, artigos, editoriais e, sobretudo entrevistas, quando jornalistas, de forma asquerosa, babavam seu ódio por Jair Bolsonaro. Chamo a isso “libertinagem da imprensa”, pela leviandade das empresas de comunicação onde trabalham seus jornalistas amestrados.

Circo de Pulgas

Circo de Pulgas ou de Profetas

Acredito que exista um propósito (monetário) para essa guerra gratuita que foi aberta contra Bolsonaro. Caso seja verdade, apostaram nos cavalos erradosmancos! Dentro de 10 dias, restará a essas empresas a opção de quitar as contas que penduraram pelos botecos do governo federal petralha – BNDES, Caixa e outros bancos estatais. Do contrário, poderão se tornar Circo de Pulgas ou, talvez, Circo de Profetas. De toda forma, senhores escroques, desejo-lhes plim-plim…

Os sociopatas atacam novamente


Simão-pescador, Praia das Maçãs.

Simão-pescador

Simão-pescador

Após os resultados das eleições de 2018, tudo me leva a crer que a cúpula do “partido dos trampeiros”, bem como das de suas facções criminosas, correm o risco de serem varridas do mapa, se é que me entendem. Mesmo assim, creio que a aplicação sumária do “Programa Penitenciária para TodosPPT” seria a alternativa mais adequada.

Sigo a refletir sobre os inúmeros sociopatas que ainda circulam livres naquela nação d’além mar. Mas antes esclareço o que nós – portugueses – entendemos por sociopatia: trata-se de “grave distúrbio mental, caracterizado por (i) condutas antissociais,(ii) completa falta de consciência e, além disso, (iii) ausência de responsabilidade moral. Assim, pois, o sociopata não sente empatia por qualquer pessoa, a menos por si mesmo, dada a falta de princípios morais em seu superego baldio”.

De facto, com base nestes predicados, deduzo que, com um leve estímulo do próprio imaginário doentio, o sociopata pode se tornar um megalomaníaco, um esquizofrênico e, até mesmo, um psicopata. Isto mesmo, aquele “irracional extremista” que devassa, tortura e assassina seus companheiros, sempre que considerar mais seguro para suas safadas negociatas.

Renan-Calheiros-Senador-19Dez2018Todavia, no Brasil há sociopatas que são vistos como se fossem “políticos de escol”. Chegam a parecer charmosos e educados, mas são farsantes, criminosos. Desse modo, creio que se o Programa Penitenciária para Todos não for aplicado – severamente –, em janeiro próximo, o Congresso Nacional sofrerá ataques inomináveis de sociopatas políticos, com vistas a destruírem qualquer medida que pretenda melhorar a economia e a justiça daquela nação.

Não vou entrar em pormenores. Basta ver que o sociopata Renan Calheiros – “Canalheiros” para os íntimos – pode ser eleito para presidir o Senado pela 5ª vez! Rogo que as forças da natureza impeçam esta devassidão.

Traveco de político


Ricardo Kohn, Escritor.

Chega-se ao 2º turno. Há dois oponentes dispostos ao combate final. De um lado, Jair Bolsonaro, que demonstra com fatos indiscutíveis a ausência da segurança pública no país, segundo ele, criada pelos quatro governos petistas que se sucederam. Além disso, e sobretudo, a medonha corrupção orquestrada que se abateu sobre o Estado Brasileiro, com suas imorais consequências para a economia da nação.

No outro corner, estonteado, encontra-se Fernando Haddad, amestrado por seu diretor de teatro, na verdade, por Lula, o transformista, atrás das grades por 12 anos. Em entrevistas, a iludir desinformados, Haddad afirma ser o democrata que governará o país em prol da riqueza do povo brasileiro. Todavia, consta de seu Currículo Lattes a seguinte formação acadêmica: (i) Graduado em Advocacia (1985); (ii) Mestrado em Economia, com apresentação da monografia “O Caráter Socioeconômico do Sistema Soviético” (1990); (iii) Doutorado em Filosofia, com a defesa da tese “De Marx a Habermas – o Materialismo Histórico e seu Paradigma Adequado” (1996).

Traveco de político

Traveco de político

Deduz-se que Haddad dedicou pelo menos 12 anos de sua vida universitária a estudar economia da União Soviética, o Materialismo Histórico (Karl Marx) e o Novo Marxismo, segundo a visão de um idiota, o filósofo Jürgen Habermas. Hoje, diz de si para si, defronte o espelho de seu quarto: ─ “Sou o cérebro do comunismo moderno”. Em seguida, sofre surtos de diarreia, segundo dizem.

Logotipo travestido da campanha petralha

Travesti de partido político

Desse modo, que a decência nos acuda, pois ─ “Onde estaria o dito democrata”?! ─ “Como criaria riquezas para distribuir ao povo”?! Quem sabe, talvez através de sua soviética bondade ditatorial-proletária. Em suma, “senhor traveco de comunista, em que lixeira você depositou sua moral”?!

O idiota solitário


Ricardo Kohn, Escritor.

Desde o surgimento do sapiens moderno no planeta (há 10 mil anos), as agressões entre seus espécimes tornaram-se vitais à sobrevivência, sobretudo dos que se achavam mais poderosos. Matarem-se uns aos outros tornara-se o esporte favorito das tribos em conflito. Todavia, elas tinham chefe, o qual dava ordens à sua matilha de técnicos em matança.

O chefe-supremo era estratégico, por isso permanecia à distância, escondido nalguma caverna; os técnicos variavam a cada luta, mas somente faziam a ocupação tática do terreno, sem risco de serem pegos. Eram os operários que executavam a matança, cegos pela idolatria ao chefe. Por isso, tudo me leva a crer que o tal “lobo solitário” nunca existiu no planeta. Acho que por detrás de cada operário idiota, no mais das vezes abatido pelo inimigo, sempre houve uma quadrilha muito bem articulada.

Na Era Contemporânea, os casos de homicídio de pessoas públicas não são poucos. Destaco os de Abraham Lincoln e John Kennedy, quando foram presos apenas dois idiotas. Alguns investigadores, na tentativa de irem mais fundo, de descobrirem quem fora o chefe de cada quadrilha, só conseguiram criar a “Teoria da Conspiração”. Enfim, uma teoria que, diante do poderoso Estado Norte-americano, nada conseguiu elucidar.

A prisão do operário idiota

A prisão do operário idiota

Por outro lado, as tentativas de assassinato têm sido incontáveis, a ocorrer em várias nações. Mas vou me deter somente na de 6 de setembro passado. Em Juiz de Fora, o deputado Jair Bolsonaro estava nas ruas em campanha para a presidência, cercado por centenas de pessoas que o louvavam. Até que, inexplicavelmente, foi esfaqueado por um tal Adélio, a meu ver, um idiota amestrado por técnicos táticos, sob comando do chefe da seita vermelha. Por óbvio, o idiota foi preso em flagrante! Mas a Polícia Federal não sabe como encontrar os táticos e o chefe da seita assassina.

Creio que grande parte da população brasileira aposta que há um chefe que, com sua corja de corruptos, manobrou para executar este terrível atentado à vida. Todos precisam ser investigados, julgados e justiçados de forma exemplar. Sem dúvida, não se tratou da ação de “lobo solitário”, mas da submissão doidiota solitário” que, mesmo trancafiado, idolatra seu chefe-supremo. Resta a dúvida: ─ “Quantos inimigos este mesmo chefe já assassinou durante sua vida?”

Política de Cofres Arrombados


Zik-Sênior, o Ermitão.

Zik Sênior

Zik Sênior

Nasci em 1908, filho de família abastada. Assim, em abril, completei 110 anos. Mas sinto-me bem de saúde e mantenho a paz dos eremitas, sem que tenha cumprido qualquer penitência. Nunca fiz penitências; sou ateu e gosto de viver no que chamam solidão. Nela – na solidão – não tenho vizinhos que me amofinem, nem intrusos que molestem o silêncio da mata que margeia minha pequena casa; aliás, casa que construí com pedras, ripas de madeira e muita vidraça. De dentro dela, em qualquer local, aprecio a fauna silvestre que perambula pela mata, os pássaros a gorjear, o cântico das águas. Com esta ótica, descobri que a solidão não existe.

Por outro lado, desde a adolescência, consegui manter-me atualizado com a tecnologia. Tanto é assim, que possuo um notebook, acesso à internet, e o tal do “celular inteligente”. Com eles mantenho-me informado sobre os acontecimentos diários. Sentado à minha mesa de trabalho, pesquiso o que desejo em websites. Quando preciso relaxar, basta elevar o olhar e, através da vidraça, ver a dinâmica da mata à minha frente.

Esta é minha humilde casa

Esta é minha humilde casa na mata

Em minhas pesquisas matinais, busco artigos sobre economia e política. O motivo é evidente: estou aposentado e vivo da renda que obtive com meu trabalho; 76 anos de trabalho. Assim, pensava que, caso as decisões políticas de governantes fossem nefastas, minhas economias seguiriam para o lixo. Acreditava que, na minha idade, isto seria fatal. Mas estava enganado. Explico por quê.

Durante a vida assisti a decisões políticas absurdas, a que chamo de genocidas: acompanhei inúmeras guerras, inclusive duas Mundiais; como outros, sofri efeitos maléficos do cracking da Bolsa de NY; durante cerca de três décadas, vivia angustiado com a dita Guerra Fria, pois o mundo estava à beira do embate nuclear. Aqui no Brasil, na qualidade de ferrenho opositor, enfrentei a ditadura de Vargas; convivi com 25 anos de ditadura militar; afora, com os 30 anos do populismo selvagem que conseguiu idiotizar a nação.

Ao fim, em pleno século XXI, Era da Informação, o país permanece dividido entre Esquerda e Direita. O que causa perplexidade é a existência de um tal Centrão; na verdade, Corruptão, aqui em casa conhecido como “Bloco do Pagou-Levou”. É formado por ladrões de nascença, com gene da corrupção gravado no DNA.

Cofre arrombadoReclamar do quê? Sobrevivi a tudo isso. Hoje, aos 110 anos, tenho credibilidade para narrar essas “peripécias políticas”, digamos assim. A um tempo atrás, acho que estraguei meu título de eleitor. Mas esse ano darei o meu voto. Sou democrata, conservador, e acredito no livre mercado que me trouxe até aqui: lúcido, com sanidade mental. Como nunca fui corrupto, votarei para presidente num cidadão que extermine a Política de Cofres Arrombados.

Lembro-me que, certa vez, por saber minha idade, um catarinense me sugeriu: ─ “Trate bem o solo em que tu pisas; um dia ele será teu teto”. Assim espero.

Assim caminha o Brasil


Ricardo Kohn, Escritor.

Está-se a descer os últimos degraus do fosso profundo, após o quê abre-se a escuridão do irremediável.

Fosso Brasil

Fosso Brasil

Goste-se ou não, as leis, as relações humanas, as econômicas e tudo mais, nascem da política. Em tese, os parlamentares que redigem a legislação, logo em seguida submetem-se a ela, assim como toda a sociedade. Desse modo, quanto mais evoluída a nação, melhor será a rigorosa aplicação das leis aprovadas. Infere-se assim que o caminhar de qualquer nação, de forma indelével, é regido pela ação política.

A nação brasileira está muito bem servida de parlamentares; têm-se políticos a dominar seus três poderes. Tanto é assim que se construiu uma cidade-capital para dar boa-vida aos políticos, bem como, às suas trupes (ou corjas). Naquele Planalto Central, distante da civilização, foi criada a “Ilha da Fantasia”: além das assustadoras verbas de gabinete, nela os felizes políticos recebem mansões, potentes lanchas para passear no lago, além de carros do ano (com motorista).

Desde de abril de 1960, mesmo que aos trancos e barrancos, a “Ilha” tem sido operada por políticos. Deve-se salientar, no entanto, que por lá viveram notáveis atores da real-democracia, uns poucos deles dignos da função para a qual foram eleitos. Foi assim a partir dos anos ‘80, com o retorno de um modelo quase liberal de governo, por vezes democrático.

Após a passagem para o século XXI, amplamente comemorada pela população, em um evento patético a nação elegeu um ogro alucinado; dono de retórica carismática, com viés socialista-oportunista. Levou tempo, foi complexo, mas após quatro mandatos de seu partido, hoje o ogro xinga e vocifera contra as paredes de sua cela na prisão.

Durante cerca de 20 anos, assistiu-se a fatos não explicados: assassinatos e acidentes fatais de pessoas contrárias ao populismo oportunista do ogro. Cita-se, a exemplo, o assassinato do prefeito de Campinas, em 2001. O inquérito policial explicou que a execução se dera sem qualquer motivo identificado. No entanto, a família do defunto acreditava que fora cometido um crime político.

Segue o sequestro, seguido da tortura e execução, do prefeito de Santo André (2002), bem como a subsequente morte de sete pessoas que talvez pudessem esclarecer aquela brutalidade.

Na página dos acidentes tem-se a queda do avião que tirou a vida do ministro do STF, Teori Zavascki, ocorrido em Paraty (2017). Por sinal, na mesma região em que Ulysses Guimarães sofreu um acidente fatal (1992), com a queda do helicóptero em que viajava.

Outro acidente foi o que tirou a vida de um candidato à presidência nas eleições de 2014. Viajava em um jatinho novo, com seu primeiro voo realizado em 2011. No entanto, aquela aeronave se espatifou contra um prédio no bairro de Santos, sem sobreviventes.

Na atualidade, especula-se com a lógica: após receber a programação detalhada da ação e sofrer intenso treinamento, uma facção de assassinos comete um atentado terrorista contra o candidato Jair Bolsonaro (2018).

Há outros casos similares, onde as investigações nada concluíram. Todavia, segundo investigadores criminalistas, não há coincidências quando vários crimes são cometidos, sucessivamente. Parece que existe nos bastidores dos crimes políticos uma cabeça capaz de orientar e programar as execuções necessárias. Decerto, não é a do ogro.

Enfim, corre-se o risco de descer os últimos degraus do fosso profundo, após o quê abre-se a escuridão do desconhecido. Assim caminhará a nação brasileira se as ações policiais e da justiça não forem implacáveis.

De dois séculos, às cinzas


Ricardo Kohn, Gestor do Ambiente.

Embora quase tudo já tenha sido escrito e debatido acerca do inominável incêndio do Museu Nacional, faço um breve registro sobre as causas e resultados desta infame governança da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na qualidade de responsável pela integridade do museu, bem como de seu extraordinário patrimônio histórico: cerca de 21 milhões de itens cobiçados pela ciência.

Vista do Palácio, erguido em 1808

Palácio em que se encontrava o Museu Nacional, erguido em 1808

Às vésperas de completar 92 anos, o empresário Israel Klabin[1] disse à repórter de um jornal[2]: ─ “Este incêndio é fruto de um modelo arcaico de governança que não permite a modernização do país. Um funcionalismo que olha o Brasil de forma cartorial e funciona para si mesmo”.

O auge do incêndio

O auge da destruição

Todavia, há cerca de 20 anos, Klabin conseguiu aprovar junto ao Banco Mundial um investimento de US$ 80 milhões, com vistas a reformar e modernizar o Museu Nacional. No entanto, para liberar esta quantia, o banco solicitou que houvesse uma governança moderna, capacitada para gerir o museu.

Contudo, o investimento obtido por Klabin nunca saiu do Banco Mundial, pois a proposta foi rejeitada pelas “preciosas cabeças” da UFRJ. O motivo alegado foi a dita imposição do Banco para que uma instituição civil, sem fins lucrativos, administrasse o museu. Ou seja – na minha visão –, para manter a vida íntegra daquele gigantesco patrimônio público, o museu deveria ser retirado dos porões obscuros e ideológicos da UFRJ. Por sinal, “superatarefada” em administrar a dezena de prédios que, estranhamente, estão sob sua gestão. Aliás, oferecer cursos acadêmicos de qualidade para quê?! Melhor ser administradora de imóveis: demole, reconstrói; demole, reconstrói. A imprescindível manutenção predial, muito mais simples, pode ser esquecida.

Desde 1946, quando o museu passou a ser administrado pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), a boa governança determinava que o prédio fosse devidamente inspecionado e, como resultado, elaborado um programa de manutenção permanente do que fora o Palácio Imperial, residência da família imperial portuguesa. Ou seja, quase sete décadas se passaram e nada de relevante foi feito. Ao contrário, pelo menos desde há 20 anos, o desleixo dos gestores tornou o prédio do Museu Nacional uma vala de gambiarras elétricas. O resultado, todos sabem.

Os destroços do Museu, após 200 anos

Os destroços do Museu, após 200 anos

Finalizo esse registro a comentar os vícios ideológicos da Reitoria da UFRJ e da Diretoria do Museu Nacional. Em todas as entrevistas que deram insinuaram que a culpa foi do governo federal, que não repassava dinheiro suficiente para manutenção do museu. No entanto, encheram o prédio do museu com laboratórios, pesquisadores e funcionários, os quais teriam espaço no próprio campus da UFRJ. Porém, para atores do apocalipse, erros e desvios cometidos sempre são culpa de terceiros, “dos inimigos“.

Nos últimos 15 anos, assisti ao absurdo aparelhamento ideológico de universidades federais do país. Competência em governança, definitivamente, não é critério de seleção.

_____
[1] Israel Klabin é engenheiro civil, matemático e gestor do ambiente. Em sua carreira, foi fundador do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, onde serviu ao Estado Brasileiro como planejador do desenvolvimento regional, tendo sido coautor das diretrizes para o desenvolvimento do Nordeste brasileiro. Foi membro do Conselho de Desenvolvimento da PUC-RJ, além de membro do Conselho Superior da Sociedade Nacional de Agricultura. Dentre outras atividades, tais como Presidente do Grupo Klabin S.A. e Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, fez parte do Conselho Internacional da Universidade de Tel Aviv.
[2] Brazil Journal: leia o artigo “Como um plano para salvar o Museu Nacional fracassou”, assinado por Mariana Barbosa.

Armem-se, cidadãos!


Ricardo Kohn, Escritor.

Arme-se com argumentos sólidos, pois do contrário perderá o embate com os delinquentes! Use sua razão ao extremo. Porém, é básico escutar mais do que falar. Não gaste verbo à toa. Sempre tenha em mente reflexões que se contraponham à verborragia idiota dos delinquentes.

Desde já, saiba que estará sob ataque; às vezes cerrado! Afinal, esteja certo que os delinquentes são implacáveis. Todavia, têm pontos fracos: (i) mentem muito e, não raro, são descarados; (ii) acham-se famosos e insuperáveis; além disso, (iii) dizem possuir capacidade para produção em série de delinquentes. Mas tudo leva a crer que isto é blefe. De todo modo, tenha atenção, pois eles sonham atacar-lhe como quadrilha, dado que estão desesperados. Portanto, arme-se com argumentos fortes!

Cidadã que se defende

Esta cidadã se defende!

Esse cenário atingiu aos píncaros em certos países desenvolvidos. Por exemplo, nos Estados Unidos há muitos cidadãos comuns com porte legal de arma de fogo. Portam-na inclusive quando fazem compras em supermercado! É uma prática normal de precaução, na defesa da própria vida. Afinal, nunca se sabe se ao lado do cidadão encontra-se um delinquente. A ser assim, nada se compara à presença ostensiva de uma 9 mm na cintura. De fato, trata-se da ferramenta capaz de desestimular delinquentes audaciosos. É muito provável, aliás, que se todos os cidadãos de bem pudessem portar arma de fogo, não ocorreriam cerca de 60.000 assassinatos/ano no Brasil!

Entretanto, na nação brasileira a delinquência foi além, assumiu a política. O que não faltam no país são delinquentes políticos. É notório que muitos milhares deles tiveram a audácia de roubar cofres públicos. Pergunta-se: ─ Quantos foram investigados? ─ Quantos, indiciados? ─ Quantos se tornaram réus? ─ Quantos, condenados? ─ Quantos continuam presos?

Presos?! Que blasfêmia cometida contra “amáveis delinquentes políticos”! Apenas uma ninharia deles encontra-se a dormitar em celas de luxo. Porém, aguarda que certos “justiceiros da justiça” – todos delinquentes jurídicos, devidamente nomeados – votem em favor de sua debandada geral.

A ser assim, armem-se, cidadãos! Há que se contra-atacar com poderosos argumentos, a impedir que a nação continue a ser esta vergonha mundial, dominada por corruptos vagabundos!

Eleições 2018: o pardieiro imoral


Ricardo Kohn, Eleitor.

Ricardo Kohn

Ricardo Kohn

Após os últimos 15 anos de delinquência institucional, instalada desde 2003, a política brasileira conseguiu eliminar todos os seus vestígios de racionalidade. Ou melhor, de suposta racionalidade, uma vez que cidadãos de até 25 anos nunca a conheceram ao vivo – a racionalidade pública. De fato, muitos jovens não perceberam que são partícipes na formulação da razão pública, fruto de sociedades educadas e pluralistas; livres e democráticas.

Mas o que se assiste neste ano de eleições gerais no Brasil? Vê-se a parafernália de 35 partidos políticos, cada um a conduzir sua matilha de candidatos (muitas hienas de estimação), na busca de mais tempo na TV. Foi assim que eclodiram absurdas coligações partidárias: antes eram inimigos mortais; agora, fieis amantes durante o curto período eleitoral. Tanto é fato que, apesar de serem 35 partidos, há somente 13 candidatos à presidência da República. Conseguiram travestir a deformação estrutural da política brasileira.

Qual nação do mundo suportou a ação simultânea de 35 facções políticas? Qual já teve 13 candidatos a “Chefe de Estado”, na mesma disputa eleitoral? A ganância pelo poder reside na vileza com que cada um deles se arma para “esquentar eleitores”.

No estágio em que se encontram, às vésperas do pleito, não há fórmula capaz de medir o desempenho eleitoral destes cidadãos. Afinal, segundo filósofos do direito, “salvo três deles, os dez restantes sequer possuem resquícios de razão pública”. São oportunistas, narcisos e, por estarem centrados em seus egos, sentem asco do “cheiro de povo requentado”.

Segue-se para outra seara: a dos tais “institutos de pesquisa” e suas “estimativas” de intenção de voto. Acredita-se que a prática da pesquisa haja nascido no ambiente acadêmico, quando estudiosos efetuavam levantamentos de dados, com vistas a provar (ou não) um fenômeno que consideravam possível. Em seguida, foram usadas para conhecer a opinião do mercado sobre um produto a ser lançado. Somente mais tarde – mantida a ótica da opinião do mercado – surgiram as “pesquisas políticas”. Nelas, políticos-candidatos são tratados como produtos, e não precisam ser novidade. Contudo, para conseguirem resultado nas pesquisas, haja modelagem matemática, haja algoritmo estocástico!

Mesmo diante dos óbvios desafios lógicos para predizer o comportamento de políticos-candidatos, “institutos de pesquisa” tornaram-se negócios lucrativos, sobretudo em ano de eleições gerais. Os chefes dessas empresas são pagos por um cliente para fazer uma pesquisa de intenção de voto. Em sigilo, é possível que lhe perguntem: ─ “O senhor deseja que as nossas estimativas favoreçam a quem”?

Após assinado o contrato, a equipe do instituto segue rumo ao Sacro-santo Salão da Magia. Realiza 2.471 telefonemas, preenche as cartelas de intenção de voto e consolida os números sob a ação de máquinas de torrar, triturar e liquefazer intenções. Bastam duas sessões de tortura de números que sai pronta a massa de modelar, sempre ao gosto do cliente. Estas são as notórias “estimativas invertebradas”: não ficam de pé sob a ação da crítica, pois são roupas penduradas em cabide. Por sinal, o fato mais extravagante é o caso do presidiário-candidato que consta em 1º lugar nas pesquisas (39%), enquanto 70% dos eleitores deseja que ele permaneça encarcerado. Isto não resultou de qualquer pesquisa, mas de um disparate entalhado no corpo da nação, a ferro e fogo!

Em suma, tem-se hoje a bagatela de 35 partidos políticos, com seus 13 presidenciáveis, além das estimativas de intenção de voto (todas invertebradas). Neste panelaço de barro, exposto ao calor extremo do fogo à lenha, falta o ingrediente que, em tese, cura o bolo eleitoral, que “dá pega”: trata-se da imprensa.

Em regimes de livre mercado a democracia requer liberdade de imprensa. Afinal, por exemplo, é através do livre debate que deve ser buscada a solução para problemas da gestão pública. No entanto, com vistas a manipular debates, certos profissionais usam a mídia para estimular lutas intestinas entre “direita e esquerda”. Desse modo, não acontece o imprescindível diálogo, mas apenas duelo entre monólogos surdos. Ao fim, sagra-se vencedor apenas o interesse de poderosos grupos de comunicação. Grupos que conduzem pseudodebates por meio da ação interventora de seus mediadores profissionais. Afora isso, também é notável o mal-uso sistemático da imprensa nas entrevistas de presidenciáveis. Considera-se esta “estratégia da inocência” ameaçadora à democracia, a qual, paradoxalmente, clama pela liberdade da imprensa.

Segue-se com o mistério das urnas eletrônicas que operam no Brasil. Desde as eleições de 2014 a credibilidade deste sistema de votação “foi para o espaço”, caiu por terra. Uma parcela considerável dos eleitores acredita que há “desvio de votos”. Até por que, os vencedores daquele pleito desviaram bilhões em dinheiro público! Mas esta parcela teve incremento expressivo, após um matusquela, presidente do TSE decidir – “gratuitamente” – que não havia dinheiro para implantar impressoras em todas as urnas eletrônicas do país. Desse modo, acontecerá mais uma eleição geral sem que seja possível a sociedade demonstrar a evidente prática do furto de votos.

Seria ótimo de fosse assim

Assim, com impressora, seria ótimo!

O voto não deve ser declarado. Até por que, não se trata de aposta no guichê do hipódromo, em cavalo que se espera vencedor. Voto é ato da cidadania, onde cada eleitor escolhe quem acredita ser digno, íntegro e competente para tirar o país do poço de lama em que se arrasta há 15 anos. Porém, vale lembrar, mesmo nas corridas de cavalo, há animais subestimados em que ninguém aposta. Por isso mesmo pagam prêmios elevados e, não raro, ganham corridas.

Nós, brasileiros, podemos obter magníficos resultados nas Eleições 2018. Basta sabermos apostar no cavalo certo! Do contrário, seremos obrigados a viver no pardieiro imoral em que nos hospedaram”.

Decálogo do Ambiente


Ricardo Kohn, Escritor.

Este texto é parte de capítulo do livro “Princípios da Filosofia do AmbienteComo o Ambiente vê o Sapiens”. Nele há dois personagens que conversam: o Ambiente e o autor. Para facilitar o entendimento, indico quem está a fazer cada narrativa, as quais se sequenciam dando lógica ao tema. Prossigo.

Assim fala o Ambiente. Verifico que, desde há 20 mil anos, o sapiens dominante é o único criador de conflitos em minha natureza primordial (physis). Promove violências gratuitas, assassina à esmo, realiza corrupção, comete genocídios, trafica seus semelhantes, pratica escravagismo, faz rebeliões, guerras e revoluções armadas. Com base em reflexões sobre o óbvio, inferi que o alto valor das drogas que o dominante trafica em minha physis, seria mais que suficiente para tirar da miséria os milhões de submissos que ele arrasa, diariamente. Nos dias atuais – é notório –, com as moedas do sapiens corrupto, assisto a muitos dominantes criarem quadrilhas de traficantes que não passam de terroristas.

Por ora encerro minha falação, embora tivesse mais a dizer sobre as ameaças que o sapiens dominante promove em minha physis.  Mas esse foi o depoimento a que fui chamado a dar, de teor crítico à conduta da espécie humana que me restou para observar: em grande parte presunçosa, sedenta pelo poder a qualquer custo e, sobretudo, nefasta à minha natureza primordial.

Os Sapiens Rarus

O Sapiens Rarus

Espero que aqueles que me leem entendam que, sobretudo, não existem exageros ou luxos na minha forma de reger meus bens primordiais. Pois ambos – exagero e luxo – possuem o danoso custo de tudo o que é fútil. Sei muito bem que os poucos sapiens rarus do planeta são meus únicos mantenedores.

O autor. Há um texto de Voltaire que, na visão do Ambiente, fundamenta seu decálogo. Voltaire, imerso na ironia de sua solidão, foi o iluminista que redigiu a seguinte parábola:

“Que ingenuidade, que pobreza de espírito, dizer que os animais são máquinas privadas de conhecimento e sentimento, que procedem sempre da mesma maneira, que nada aprendem, nada aperfeiçoam! Será por que falo que julgas que tenho sentimento, memória, ideias? Pois bem, calo-me. Vês-me entrar em casa aflito, procurar um papel com inquietude, abrir a escrivaninha, onde me lembra de tê-lo guardado, encontrá-lo, lê-lo com alegria. Percebes que experimentei os sentimentos de aflição e prazer, que tenho memória e conhecimento. Vê com os mesmos olhos esse cão que perdeu o amo e procura-o por toda parte com ganidos dolorosos, entra em casa agitado, inquieto, desce, sobe e vai de aposento em aposento, e enfim encontra no gabinete o ente amado, a quem manifesta sua alegria pela ternura dos ladridos, com saltos e carícias. Bárbaros agarram esse cão, que tão prodigiosamente vence o homem em amizade, pregam-no em cima de uma mesa e dissecam-no vivo para mostrarem-te suas veias mesentéricas. Descobrem nele todos os mesmos órgãos de sentimentos de que te gabas. Responde-me maquinista, teria a natureza entrosado nesse animal todos os órgãos do sentimento sem objetivo algum? Terá nervos para ser insensível? Não sujes a natureza com tão impertinente contradição”.

Muito embora a reflexão de Voltaire esteja restrita aos animais, exemplificados pelo cão, nosso amigo doméstico, interpreto-a como extensiva a toda a fauna silvestre. Que, aliás, o sapiens dominante insiste em denomina-la selvagem.

Em síntese, o decálogo a seguir traduz o que o Ambiente pensa sobre a impertinência do dominante. Dessa forma, quem fala não sou eu, mas as forças da natureza, as quais, por descuido ou inocência, receberam o dominante como filho pródigo. Dessa forma, o Ambiente Terráqueo oferece este decálogo a este dito sapiens, único ser incompatível que lhe apareceu pela frente. Então… Assim fala o Ambiente:

  1. Quero que tu saibas, dominante: não detenho qualquer virtude filosófica, mas sou, de fato, a única virtude do Universo; aonde quer que eu exista há evolução;
  2. Assim como o ar, a água, o solo, a flora e a fauna, que formam minha physis, acreditei que tu eras outro resultado de minha evolução; tu conseguiste me enganar;
  3. Porém, sequer chegaste a ser a necessidade fisiológica de um segundo da minha existência;
  4. Apesar da degradação sistemática que tu me impões, mesmo após entender quem tu és, continuo a elaborar meus futuros, aleatória e espontaneamente;
  5. Mas tu causas desordens na minha existência: de graça, ofereço-te ar puro, água límpida e potável, solos saudáveis, flora e fauna exuberantes. Mas o que me devolves afora ar, água e solos contaminados, florestas devastadas e fauna assassinada?;
  6. Quero que saibas: minha physis é inteligente e possui sentimentos; difere de ti, besta ignorante, destruidor de tudo o que encontras, inclusive dos primatas da tua própria espécie;
  7. Saibas ainda que, a despeito das tuas emanações gasosas, minha atmosfera logo se refaz, assim como as águas e os solos de meu planeta;
  8. A despeito de ti, minhas matas erguem-se em volta de teus prédios e logo os rodeiam, a esmigalha-los entre possantes laços de troncos vivos, pois, diante de mim, teus magníficos prédios são ínfimas peças de papel;
  9. Saibas que minha fauna é frágil e várias espécies poderão ser extintas por ti. No entanto, crio outras somente para demonstrar tua impotência;
  10. Por fim, nunca te esqueças, sou o único com poder de decidir a hora da tua extinção; tua sorte é que dificilmente gasto energia à toa.

O autor. A partir deste decálogo, percebo que o Ambiente se apresenta como o Criador de todas as coisas, o Senhor Absoluto: visível, concreto, palpável. O que me parece bem parecido com o Deus de crenças, um ser etéreo e invisível, mas que está “ativo” há milênios, por força do pavor antropológico da repetição: viver e morrer aos poucos, diariamente; viver e morrer aos poucos, diariamente…

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Para ler sobre este tema, adquira o e-book “Princípios da Filosofia do Ambiente – Como o Ambiente vê o Sapiens”. Click no link.

O que você descobre neste blog


Os Quatro deSobre o Ambiente”.

Quando este blog foi lançado, seu foco era monitorar a corrupção pública instalada no Brasil e analisar seus impactos sobre nossa sociedade, todos por demais violentos. O fato que nos motivou inicialmente foi o primoroso escândalo do Mensalão, o qual se encontrava em fim de julgamento. Sequer imaginávamos que, a operar em segundo plano, o Petrolão já estava ativado.

Todavia, dentre nós, não havia sequer um jornalista, mas apenas estudiosos do ambiente – éramos quatro redatores, três brasileiros e um português –, todos hoje com mais de 60 anos. Competir com jornalistas em narrativas sobre corrupção parecia perda de tempo. Além do fato que são milhares deles, dispersos pelo país. Mesmo assim, seguimos em frente, pois alguém nos garantiu numa conversa de boteco: ─ “São dezenas de milhares deles, mas apenas meia dúzia presta”. Foi assim que a disputa ficou praticamente empatada: 6 a 4…

Restava-nos intitular o blog, de modo a torna-lo capaz de oferecer bons conteúdos. Após debates sobre a existência ou não dos ditos “ecossistemas humanos”, por três votos a um, decidimos nomear o site de “Sobre o Ambiente”. Isto se deve ao fato de o ambiente ser o proprietário de todos os ecossistemas terráqueos, inclusive o tal humano. A ser assim, tudo cabe nele – no ambiente –, de bons a ruins conteúdos.

Contudo, reduzimos os itens de conteúdo do blog, embora sem perder sua capacidade de informação. Para isso, identificamos três temas que podiam se relacionar e integrarem-se, quando necessário. São estes:

  • Ciências e práticas destinadas a manter o ambiente (e seus ecossistemas) estabilizado, em evolução;
  • Política, sobretudo aquela praticada por personagens com alto grau de corrupção comprovada, estejam em presídios ou soltos;
  • Filosofia naturalista, como pano de fundo, destinada a vivificar os textos produzidos.

A integração entre Filosofia, Ciência e Política se realiza através das várias naturezas literárias disponíveis. Todos devemos buscar conhece-las. Dentre elas, citamos os incríveis textos filosóficos, os poderosos artigos acadêmicos, os imprevisíveis contos, as curiosas crônicas, as provocativas sátiras, as surpreendentes parábolas e até mesmo tentativas de redigir poesia moderna.

Orquídeas no tronco

Ambiente: orquídeas no tronco e, quase invisível, uma quina de concreto.

É justamente pelo uso deste aparato da literatura que “Sobre o Ambiente” não é uma enciclopédia. Não pretende ensinar coisa alguma, embora trate da educação em suas sátiras. Está aberto para o pequeno público que o segue. Quem o desejar, pode enviar textos para nossa análise e, quem sabe, publicação. Que mais não seja, semana passada, ultrapassamos 400.000 visualizações, feitas por seguidores e visitantes do blog, provindos de todos os continentes.

Em síntese, “Sobre o Ambiente” ganhou vida própria. É um espaço destinados aos bons debates. Isto significa, ser um blog paradoxal, provocador, surpreendente, ficcional e irônico, embora sério nas inferências que publica; muitas vezes, a inverter verdades aceitas como absolutas.

Nós quatro (redatores) temos crenças particulares, as quais não declinamos: são contraditórias. Por sua vez, “Sobre o Ambiente” as integra e diz de si mesmo: ─ “Tenho a dúvida dos ateus, mas guardo-a no silêncio dos agnósticos”.

Abutre, o carniceiro


Ricardo Kohn, Escritor.

Há pelo menos 20 espécies de abutre distribuídas pelo mundo. Todas alimentam-se de carniça [cadáveres de animais em decomposição]. Afora alguns ornitólogos que os estudam, as pessoas em geral sentem arrepios diante desse comportamento. Que eu saiba, os sapiens sequer pensam em ingerir carne putrefata. Falo com a consciência dos omnívoros, pois não deixo de saborear as suaves saladas tropicais, acompanhadas de filé mignon ou picanha ‘ao sal grosso’. “Maître, por favor… ao ponto”.

Todavia, há veganos que nos acusam de “abutres-humanos”. Acho exagerado, pois não somos necrófagos, a não ser na cabeça frágil dos que se alimentam de frutos, flores, gramas e raízes. Sequer admitem saborear ovos e queijos; leite? Nem pensar, tem origem animal. Devo estar errado, mas me parece faltarem as vitaminas essenciais no cérebro de veganos radicais. Isto posto, sigo com os abutres.

Grandes abutres

A África é o continente que abriga a maior quantidade de exemplares desta espécie necrófaga. Explica-se pela quantidade de animais silvestres que sofre a ação de predadores, sobretudo em ambientes descampados e até desérticos. Daí resultam inúmeras carcaças à disposição, o cardápio preferido dos abutres.

Abutre-Real

Grupo de Abutres-Reais, no Senegal

O Abutre-do-Egito é conhecido pelo pseudônimo “galinha-do-faraó”. Mas, cá entre nós, chamar abutre de galinha é desonroso, uma humilhação para os faraós. Também ocorrem no continente africano o grande Abutre-do-Cabo (África do Sul) e o Abutre-Real, este a possuir a maior envergadura dentre todos os necrófagos conhecidos: chega a mais de 2,80 m, com altura por volta de 1,3 metros, a pesar cerca de 12 quilos. São os carniceiros dominantes, que demonstram realeza com o poder destruidor de suas garras e bicos.

Abutre da Guiné

Abutre-da-Guiné

Na costa ocidental da África vive o Abutre-da-Guiné. É colorido, quase elegante, mas somente se alimenta de carniça. Por sua vez, na África central, tem-se o Abutre-de-Rüpell . É encontrado nos territórios da Etiópia, Sudão, Tanzânia e Guiné. Trata-se de uma ave poderosa, com altura de 1,1 m e envergadura de 2,60 metros. Porém, a principal ferramenta de sua necrofagia é a visão aguçada. Na procura de alimento, o Rüpell voa em círculos, a atingir altitude de até 8.000 m. Observa as carcaças deixadas nas planícies do semiárido africano e vai busca-las como se fosse abutre dominante. No entanto, caso se depare com o Abutre-Real, fica quieto e aguarda silencioso na fila.

Abutre-de-Rupell

Abutre-de-Rüpell, o necrófago das alturas

Outra ave de origem africana é o Abutre-Barbudo. Possui bom porte (1,1 m de altura, 2,70 m de envergadura, mas tem pouco peso). Como um fanático especializado, dedica-se a comer a espinha dorsal das carcaças, triturando seus ossos com o bico, como se fora uma torquês hidráulica. Talvez por isso haja ingerido as proteínas necessárias para voar por grandes distâncias e instalar seu habitat na Europa e na Ásia.

De acordo com a bibliografia que pesquisei, nas Américas não há abutres como os aqui referidos. Existe o gigantesco Condor que voa pelos céus andinos e californianos. Dizem que, quando se encontra em esfomeado, também deglute carniças. Todavia, no mais das vezes, alimenta-se de animais vivos que abate – pequenos roedores, raposas, coiotes e veados, entre outros.

Abutre-barbudo

Abutre-Barbudo, a mostrar seu bico poderoso

Saliento que em territórios sul-americanos encontram-se inumeráveis bandos de urubus-vagabundos. São animais negligentes, pois preferem comer lixo a cadáveres de rato. Creio se tratar de uma adaptação estomacal à oferta de alimentos. A tonelagem do lixo sul-americano é imensa, descartada impunemente em inúmeros rincões daquele continente.

Novos-Abutres

Embora pareça nome de banda funk, os Novos-Abutres foram identificados no Brasil, Argentina, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Sua caracterização taxonômica ainda se encontra incompleta, mas é possível falar sobre alguns aspectos da sua ecologia.

Os Novos-Abutres são uma espécie que vive em habitats urbanos, nidificando em imensos apartamentos de cobertura e enormes mansões, sempre em cidades sob o comando de abutres similares. Mas também aceitam nidificar nas capitais federais, desde que ocupem cargos com elevado poder de decisão política e monetária.

Não têm asas para voar, mas adquirem jatinhos particulares. Diariamente podem percorrer milhares de quilômetros, em busca de alimento. Os locais escolhidos dependem da disponibilidade de presas (pessoa física ou jurídica), mas preferem alimentar-se em sofisticados restaurantes, com áreas reservadas para “comerem suas presas”. Sempre trazem seus seguranças armados, provindo da Escola Cubana de Abutres-Jumento. Ao convencerem as presas, de forma rápida e definitiva, asseguram o fluxo monetário de seu ecossistema familiar.

De fato, os Novos-Abutres se alimentam de poderosas contas bancárias, tendo como principais presas o Estado e empresários mais ricos. Nas últimas décadas, devido a ações da polícia, alguns deles passaram de uma alimentação frugal, baseada em pratos sofisticados, para uma ração precária. Até por que, os que permanecem capturados, hoje se alimentam em ínfimas jaulas de presídio.

Globalizar as diferenças


Ricardo Kohn, Aprendiz de Filósofo.

Ecossistema estabilizado

Os mais ricos ecossistemas do globo detêm alta diversidade de seus incontáveis elementos constituintes[1]. Conforme analisados por várias ciências, estes elementos relacionam-se entre si de forma aleatória. Assim, formam sistemas, uma vez que todos trocam matéria e energia entre si, de modo espontâneo e gratuito. A riqueza que obtêm por meio desta postura é a sólida estabilidade que adquirem, sem necessitar de leis, polícia, promotores e juízes para lhes estabelecer limites. Ecossistemas estáveis enriquecem (evoluem) por meio de relações de troca baseadas na necessidade e acaso.

Mas nem por isso os ecossistemas são anarquistas. Ao contrário, possuem uma ordem de relações espontâneas, mas severa. Sobretudo, em seu espaço biótico: garantem-na através de ações fortuitas promovidas por sua natureza primordial. Por exemplo, no decorrer de vários milênios muitas espécies da fauna primeva foram extintas. Algumas teorias ponderam sobre a causa desse fato. Acredita-se naquela que fez esta inferência: “a fauna foi extinta por negar-se a trocar matéria e energia com outros elementos dos ecossistemas. Isto por que não possuía a aptidão necessária para manter a convivência cooperativa, essencial à evolução no ambiente[2] em que viviam”.

Por outro lado, desde há 50 mil anos, primatas da espécie Homo sapiens comportam-se no globo de maneira ameaçadora. Alteram os ecossistemas em que determinam viver com a construção de acampamentos, vilas, cidades e metrópoles, a erigir um espaço de sua exclusiva propriedade: a antroposfera. Para isso, extraem toda matéria e energia dos ecossistemas que encontram pela frente. Porém, sequer efetuam relações de troca com o ambiente. Apenas, devastam-no com obras.

Desse modo, há questões sobre as quais se deve refletir:

Ao considerar a cultura de cada nação de origem, o Sapiens aceita o comportamento daqueles que lhe parecemestrangeiros? Obviamente, não.

Todo Sapiens têm as mesmas atitudes perante os distintos povos de sua mesma espécie? Tudo leva a crer que não.

Alguns povos Sapiens encontram-se à beira de graves conflitos? Sim, pois desde que surgiram no planeta, já formavam grupos de assalto para tomar terras e moradias de seus irmãos, sempre tratados como inimigos ameaçadores.

Até quando o Sapiens pretende prosseguir com a construção da sua antroposfera? Parece que será até a extrema redução da matéria e energia do planeta, resultando no caos temporário do ambiente terráqueo. Sim, temporário, pois os ecossistemas se reabilitam, através da constante “convivência cooperativa” entre seus diferentes elementos constituintes.

Deduz-se, assim, que o ambiente globaliza os diferentes, sem efetuar, a priori, qualquer restrição. Por isso, globaliza as diferenças, tornando-as ativas de modo a acionar sua natureza primordial – este sim, o fator de manutenção espontânea daqueles elementos que detêm as habilidades da plena cooperação; embora outros se auto extinguam, exatamente pela falta delas. Portanto, infere-se que a extinção de elementos sem habilidade cooperativa constitui a forma normal da manutenção espontânea dos ecossistemas em evolução.

Mais 9 milhões de acres protegidos no Chile

Mais 9 milhões de acres doados para conservação do ambiente ─ Chile

Diante deste cenário, como tem sido construída até agora, a antroposfera do sapiens constitui uma aberração, porquanto somente consome matéria e energia para continuar a crescer, sem habilidade de cooperação. Conclui-se que, sem sabedoria, o Homo sapiens é o único primata que, somente por sua própria obra e graça, está condenado à auto extinção. Arrisca-se dizer que os ecossistemas do ambiente planetário saberão apagar o antroposférico lixo sapiens, tal como nunca houvesse existido.

__________
[1] Os elementos que constituem os ecossistemas decorrem das interações de 5 (cinco) fatores ambientais que lhes são básicos: Ar, Água, Solo, Flora, Fauna e Homem (mas apenas os da subespécie Sapiens rarus).
[2] De acordo com sua lógica aleatória, o ambiente envolve conjuntos de ecossistemas distintos, que buscam manter estabilidade por necessidade e acaso.

Os pântanos estão a secar


Ricardo Kohn, Gestor do Ambiente.

Dizem as ciências do ambiente que manguezais ou mangues são ecossistemas em transição – de marítimos para terrestres –, berços de boa parte da fauna silvestre do planeta. Situam-se em fozes de rios e protegem o nascimento de peixes, crustáceos, ostras e certos predadores, os quais embora tenham seu habitat preferencial no continente, alimentam-se neste ambiente. Por sinal, informa-se aos novos gourmets que destes manguezais são extraídos, às vezes pela força, os ditos “frutos do mar”; aqueles de que se refastelam à mesa, ao sabor de bons vinhos.

De fato, a biodiversidade dos mangues é sensível a ações provindas de agentes externos, sobretudo aquelas cometidas pelo sapiens. Por volta de 300 anos atrás, a costa brasileira era rica, recoberta por inúmeros manguezais. Mas, em grande parte, foram desflorestados – deflorados – e sua fauna jovem acabou por se perder: ou foi predada pelos carnívoros mais atentos ou servida em restaurantes. É lamentável, mas muitos mangues se tornaram alimento para Estações de Tratamento de Esgotos – ETE. A Alegria dos esgotos Brizola

Existem manguezais em cerca de 123 países, a recobrir uma pequena área global, estimada em 152 mil km2. As principais ações que os impactam negativamente envolvem projetos portuários, industriais e de rodovias costeiras. Como se não bastassem, a própria população local descarta lixo nas áreas de mangue. Os efeitos diretos desse cenário são impactos adversos de larga escala: desmatamentos, alterações da drenagem superficial do solo, erosões, colmatações, assoreamentos, evasão da fauna, sua extinção local, além dos prejuízos sociais, estimados em US$ 42 bilhõesONU, 2014.

Imagem de manguezal devastado

Vista de um manguezal sem vida, devastado

O ambiente de manguezal responde às agressões que sofre, através de retroimpactos. Uma vez devastados, tornam-se pântanos, com tendência à secarem quando submetidos ao calor solar. Desse modo, com o roubo de suas fontes de nutrientes, merecem ser analisados como pântanos corrompidos. Portanto, deixam de ser observados pelas ciências do ambiente e, na qualidade de corrompidos, são explicados pela política.

Por que a política? Simples. As fontes estatais de nutrientes dos políticos secaram. Não há mais aonde roubar. Só lhes restaram os pântanos secos e corrompidos. Deseja-se aos suínos da política uma boa estadia no chiqueiro em que transformaram a nação. Alegria! Alegria!

Dólar na Cueca


Ricardo Kohn, Aprendiz de Filósofo.

Todos lembram de um assessor de deputado federal cearense, preso num aeroporto paulista, em 2012. Carregava R$ 209 mil em sua mala, além de US$ 100 mil espremidos no interior da cueca. O que me espantou, à época, foi a Polícia Federal não haver instalado uma severa “Operação Cueca”. Até por que, além do oprimido assessor, cumpridor de ordens, os reais protagonistas desse cenário eram dois políticos irmãos, presidentes PT do Ceará e do PT Nacional, uma empreiteira a sobrefaturar continuamente e o maleável Banco do Nordeste, notório pelas sucessivas corrupções de que participava.

Assim se vestia Mr. Cueca, o ladrão petista 

Assim se vestia Mr. Cueca, o ladrão petista

Após investigações superficiais do incidente da cueca, nenhum político foi preso pelo crime. Mas essa moda quase pegou, pois a cueca tornou-se meio de transporte especial de propina.

Veja, em 2018, numa estrada do município catarinense de Sombrio, um homem foi preso pela PRF quando foi constatado que carregava US$ 20 mil em uma pochete, presa à cueca. Foi conduzido à delegacia da PF de Criciúma, mas logo foi solto. Justificou que voltava do Uruguai e, como não havia achado atrativo o valor dos produtos à venda, permanecia com os dólares; vale observar, os dólares foram retidos pela Polícia Federal.

Todavia, dois eventos-cueca isolados – um, em 2012; outro, 2018 – não garantem que sejam a prática normal das quadrilhas de corruptos nacionais, ao contrário, podem ser coincidências. Neste invólucro ínfimo, por vezes malcheiroso, não cabem milhões de dólares. É pura questão de espaço, cueca não é carro-forte. Assim, por mera curiosidade, gostaria de saber qual foi o idiota que teve a estúpida ideia de usar a cueca-cofrinho para despesas pessoais – até US$ 100 mil.

A título de conselho, devo dizer-lhe: ─ Prezado idiota, com as enormes bundonas que há no Congresso, cada calcinha pode transportar, no mínimo, US$ 600 mil. Aposto que a PF nunca mandará uma parlamentar arriar a calcinha… Desse modo, você só precisa escolher o melhor partido de corruptos para realizar sua safadeza.

Programa para Comunidades Indígenas


Ricardo Kohn, Gestor do Ambiente.

Um amigo de trabalho solicitou-me a elaboração de uma proposta para a melhoria de vida de povos indígenas no Brasil. Diante desse pedido genérico, segue o que foi possível elaborar em três dias.

I. Finalidade

Este programa tem como objetivo tornar comunidades indígenas mais autônomas em termos socioeconômicos, porém, a manter suas culturas específicas. Desse modo, em oficinas de campo, cada comunidade apresentará à equipe de trabalho suas necessidades tangíveis. A partir delas, serão criados conjuntos de projetos que as atendam, de acordo com a realidade ambiental e social de cada uma.

Comunidade indígena

II. Metodologia da abordagem

O programa será realizado através da seguinte abordagem metodológica.

1. Aquisição de conhecimentos básicos

Para adquirir conhecimentos iniciais sobre as comunidades indígenas em geral, deve-se fazer entrevistas com especialistas da FUNAI e coletar informações secundárias disponíveis. Dados do censo do IBGE auxiliarão o entendimento da equipe técnica alocada ao programa. Outros atores institucionais poderão ser integrados para a formação dos conhecimentos básicos necessários.

Observa-se que, baseado no conhecimento adquirido, apenas uma comunidade indígena será indicada pela equipe técnica para fins de um projeto-piloto. Ademais, submetida à apreciação e aprovação da entidade contratante.

2. Seleção de equipamentos de campo

Os trabalhos de campo junto à comunidade aprovada – denominados por “oficinas de campo” – demandam meios que precisam ser selecionados ou produzidos. Destacam-se notebooks, máquinas fotográficas para registros do ambiente em que vive a comunidade, gravadores, e equipamentos de proteção individual. Além disso, sobretudo, a lista das questões básicas a serem feitas aos indígenas da comunidade, base para qualquer entrevista de campo.

3. Realização de oficinas de campo

Uma “oficina de campo” constitui a reunião entre representantes de duas partes, onde são feitas entrevistas mútuas de negociação. Ambas as partes sabem o que precisam, mas, neste caso específico, somente a equipe técnica possui foco: melhorar a qualidade de vida do povo indígena daquela comunidade.

É normal que cada oficina dure de 6 a 8 horas. Isto por que os representantes indígenas são orientados a formar grupos de cinco pessoas para debaterem temas oferecidos pela equipe técnica, tais como: falta sistemática de luz, perda da qualidade da água que consomem, ausência de arruamentos, áreas com lixões, intensa incidência de chuvas, erosões do solo, desmatamentos, proliferação de vetores de endemias, desbarrancamento de taludes e outros efeitos adversos à qualidade de suas vidas. É a sucessão de oficinas que permitirá à equipe técnica identificar e priorizar os problemas que ameaçam a comunidade indígena em questão.

4. Identificação de vulnerabilidades

Para efeito deste programa, as vulnerabilidades consistem em áreas territoriais mais sensíveis a transformações promovidas pelo homem, função de seu relevo, seu clima, seus solos, seus recursos hídricos, seus biomas e suas comunidades, inclusive a indígena.

Caberá à equipe técnica, com base nos resultados das oficinas de campo, listar e justificar as vulnerabilidades encontradas.

5. Identificação de oportunidades potenciais

Para efeito deste programa, oportunidades são processos potenciais que podem criar cenários benéficos ao território em que vive a comunidade, por força de medidas planejadas para este fim, que visem à sua reabilitação. De outra forma, são processos ocorrentes que podem beneficiar a comunidade indígena através de atividades produtivas, ofertas de trabalho, assim como condições mais adequadas de moradia, saúde, educação e segurança.

Caberá à equipe técnica, a partir dos resultados obtidos nas oficinas de campo, listar e explicar as oportunidades potenciais existentes.

6. Projetos para a comunidade

De forma objetiva, os projetos em questão possuem duas categorias: (i) os que visam a reduzir ou anular as vulnerabilidades identificadas, e (ii) aqueles que transformarão as oportunidades potenciais em processos tangíveis, que beneficiem a comunidade indígena.

Há várias formas adequadas para apresentar os projetos. Não obstante, em todas elas devem constar a fonte de seu financiamento, através de investidores dispostos a realiza-los a fundo perdido.

Quando a proposta de projetos para a comunidade estiver finalizada, torna-se necessária a negociação dos projetos elencados com representantes indígenas. Portanto, mais uma oficina de campo deve ser realizada, com vistas a ajustar a proposta às demandas indígenas. Deve-se salientar que representantes da FUNAI são essenciais nesta oficina de campo.

III. Consolidação do Banco de Projetos

Uma criançaO “Programa para Comunidades Indígenas” constitui um processo contínuo de negociação de projetos. Nenhum deles será implantado sem a anuência formal da comunidade em questão. A ser assim, propõe-se que seja elaborado um “Banco de Projetos Aprovados”. Trata-se de um banco de dados – impresso e digital – que além de ser usado na comunidade selecionada, servirá de base para todas as comunidades indígenas do país.

Afora esse expressivo benefício econômico, o “Banco de Projetos Aprovados” também será um conjunto de “Medidas Compensatórias” para as obras e a operação de empreendimentos, inclusive com capacidade para atender a empreendimentos que venham a ser projetados, construídos e operados em todo território brasileiro.

1. Detalhamento dos projetos aprovados

Como se conceituam “Projetos”?

Projetos são conjuntos de tarefas convergentes a serem realizadas em um intervalo de tempo preestabelecido, dotados de recursos humanos, técnicos e logísticos limitados, visando ao atingimento de pelo menos um alvo operacional, normalmente de curto prazo”.

Com base nesta conceituação, detalhar um projeto significa organizar informações sobre tempo limitado, recursos específicos, alvos a serem atingidos, os custos de implantação do projeto, custos de andamento, trabalhos de campo, além dos tributos que incidem sobre todos esses elementos.

Em síntese, detalhar um projeto envolve descrever sua (i) metodologia de desenvolvimento; seu (ii) plano de trabalho detalhado; (iii) os recursos a serem alocados, no tempo; o (iv) orçamento detalhado destes recursos; bem como as (v) parcelas de investimento necessárias à consecução de suas metas.

1. Considerações finais

Dadas as informações recebidas para elaborar esta proposta, não há como fazer estimativas de recursos, prazo e custos para o desenvolvimento deste programa.

Brasil em 4 Tempos


Ricardo Kohn, Escritor.

Acredita-se ser urgente uma expressiva reforma do Estado Brasileiro, focada na visão do livre mercado. Para resolver tal intento inicia-se com a descentralização do poder; segue-se com a limpeza geral do Estado; continua-se com um exuberante enxugamento; e conclui-se com a privatização de empresas públicas, todas prejudicais ao cumprimento da missão do Estado, qual seja: garantir educação, saúde e segurança a seus cidadãos. Desse modo, pretende-se assegurar que o Tesouro Nacional seja menos espoliado pelas incontáveis quadrilhas de corruptos, as quais prosseguem a pulular pelo país, tal pipocas acéfalas que dançam nas panelas da sociedade.

1º Tempo – o Golpismo

Imperador Pedro II

Imperador Pedro II

Com a deposição de Pedro II, o Brasil se tornou uma República (1889). O novo governo da União impôs o poder absoluto. De fato, a dita proclamação da república ocorrera a partir de um golpe militar, liderado por um marechal que, por sinal, sofria de dispneia. Décadas mais tarde, até criaram um verso que crianças cantarolavam nas escolas: “marechal Deodoro da Fonseca, perna fina e bunda seca”! Foi o primeiro deboche a um presidente da República.

Por conveniência, os donos do poder sempre gostaram de capachos para limpar a lama de suas botas. Muito embora o sistema republicano fosse presidencialista, o povo brasileiro tornou-se o capacho de seus dois primeiros dirigentes: os ditadores Deodoro da Fonseca (1889-1891) e seu vice, o também marechal Floriano Peixoto (1891-1894). Para dominar o poder absoluto, ambos ordenaram a extradição sumária da família imperial portuguesa. A ser assim, de 1889 a 1894, a recém-nascida república brasileira não chegou sequer a cumprimentar de longe a democracia; aliás, seu povo teve os direitos usurpados pelas ditaduras de então. Na verdade, a tal proclamação da república instalou um novo Império do Brasil, comandado por militares incompetentes, portadores de graves doenças.

Dado esse cenário inicial da República Federativa do Brasil, o primeiro terço do século XX foi marcado por várias crises econômicas, políticas e sociais. Chegaram ao seu auge com a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, um populista extra e ordinário. Contando com o apoio de militares, o então presidente Washington Luiz foi deposto. Em seguida, Vargas fechou o Congresso, exonerou governadores e os substituiu por interventores federais. Ao cabo, foi nomeado “chefe do governo provisório” (1930-1934). Afinal, segundo a estória, prometera implantar reformas democráticas!

No entanto, em 1932 a oligarquia paulista tentou recuperar o poder através de uma revolução armada e, em 1935, socialistas se ajuntaram num movimento para a tomada do poder central, e deflagraram a Intentona Comunista. Embora derrotados, serviram de motivo para impedir novas eleições diretas. Foi desse modo que, em 1937, Vargas e seus asseclas militares realizaram outro golpe de Estado. Criaram o notório Estado Novo que serviu para estabelecer mais um regime ditatorial (1937-1945), dando a Vargas poder absoluto[1] de governar o que restara da nação. Foram 8 anos de populismo e corrupção pública, sempre garantidos pela violenta Guarda Pretoriana daquele ditador.

2º Tempo – a Mixórdia

Esse período tem início com o governo de Juscelino Kubitschek (JK, 1956-1961) e encerra-se com dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (FHC, 1995-2002). Desse modo, o 2º tempo (1956-2002) foi iniciado e encerrado com a socialdemocracia como alicerce central do poder. Crises políticas, sociais e econômicas desabrocharam impunes no âmbito daquele socialismo, embora nunca realmente implantado.

Pode-se dizer que Kubitschek dedicou a maior parte de seu mandato à construção da nova capital. Recorda-se que o nome “Brasília” nasceu de uma sugestão feita em 1821, por José Bonifácio de Andrada e Silva. Portanto, mais antigo que a própria independência do Brasil. Já naquela oportunidade, religiosos e profetas aclamavam em seus púlpitos a futura grandeza de Brasília, a utópica cidade que garantiam se tornar a “Terra Prometida”, a “Terra da Esperança[2].

Com a estrutura de governo quase transferida para o Planalto Central, em janeiro de 1961, JK foi sucedido por Jânio Quadros, o Meteórico. Sua campanha para a presidência alardeava seu propósito de combater a corrupção – usava uma vassoura como ícone de limpeza e honestidade. Entretanto, em agosto do mesmo ano – menos de 7 meses após assumir –, renunciou ao cargo, sem explicações. Vale salientar que Jânio era um político com ideologia conservadora, adepto ao livre mercado e anticomunista. Com sua renúncia, após convulsões nas vísceras político-militares do país, o vice-presidente João Goulart (Jango) acabou por assumir o cargo vago (1961-1964).

Explica-se. Jango era gaúcho, nascido em São Borja. Filho de Vicente Goulart, dono de propriedades rurais com larga influência na região. Afinal, era amigo íntimo de Getúlio Vargas que, antes de se suicidar (?), apoiara Jango no início de sua carreira política: filiou-o ao PTB, partido que ele próprio fundara em 1945, tal uma seita particular, com base socialdemocrata e, obviamente, populista, própria dos ditadores sul-americanos de então. Destaca-se o general argentino, Juan Domingo Perón, receptor de nazistas e amigo próximo de Getúlio Vargas.

Quando Jânio Quadros renunciou ao governo, Jango visitava a República Popular da China, então ainda escrava do poder absoluto imposto por Mao Tsé-Tung. Os ministros militares daquela época tentaram impedir sua posse, pois apostavam que Jango mantinha ligações com o comunismo chinês e, possivelmente, o soviético[3].

De todo modo, meio a balbúrdia, Jango tomou posse da presidência em fins de 1961. No entanto, para acalmar o ânimo militar, foi implantado o sistema parlamentarista. Naquele mesmo ano, Tancredo Neves foi nomeado 1º Ministro. Por sinal, representava o PSD de Minas Gerais. Assim, mais uma vez, permanecia a vigorar a visão improdutiva da dita socialdemocracia.

Com Jango, cresce o poder de intervenção do Estado; empresas de todos os setores fenecem. O Plano Trienal proposto não foi aprovado pelo Congresso, dado a centralização de poder que fazia sobre a economia, sobretudo, a estatização de vários segmentos industriais – energia elétrica, refino do petróleo, setor farmacêutico –, e a legalização do Partido Comunista Brasileiro.

Instigado por um vermelho populista (Leonel Brizola), Jango cometeu ignomínias políticas. A mais grave se deu em março de ’64, conhecida como “Comício da Central do Brasil”. Diante de milhares de pessoas, com bandeiras vermelhas a tremular o apoio da esquerda, Jango (Brizola ao lado) insistia na desapropriação de refinarias que não pertenciam a Petrobras, além de implantar por decreto a Reforma Agrária, sem ao menos negociar com proprietários de terras, como fora seu próprio pai.

Verifica-se que meio a essa baderna, nesta arruaça, deu-se fim ao período “dito democrático” (1946-1964). O pano de fundo era Guerra Fria (EUA x USSR), mas Jango – a marionete abestalhada pelo corrupto Brizola –, parecia querer optar pela ditadura do proletariado, que de fato nunca existiu, a não ser páginas pseudo-filosóficas de Karl Max. Assim, com vistas a garantir a lei e a ordem, foi instalada a ditadura militar em abril de ’64, a qual, absurdamente, permaneceu ativa por 21 anos (1964-1985). No comando do governo central sucederam-se os seguintes militares: marechal Castelo Branco, marechal Costa e Silva, general Garrastazu Médici, general Ernesto Geisel e general João Figueiredo. Salienta-se que as ações extremas da “linha-dura” tiveram início sob as ordens de Costa e Silva. Há quem as justifique como resposta às atividades de grupos terroristas, tais como, Comando de Libertação Nacional (Colina), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares), entre outros de menor peso. Diante desse cenário, nesse período a sociedade brasileira teve duas opções: ou conviver com a ditadura militar instalada, de cunho capitalista, ou aceitar a ditadura do proletariado, acompanhada das óbvias ameaças do comunismo à república democrática.

De fato, a maioria da população apoiou o governo militar de Castelo Branco, mesmo que fundado no autoritarismo. Naquela ocasião, diante dos quadros execráveis disponíveis, era melhor do que continuar a viver com as demências de Jango, sempre manipulado pelo vermelho safado, o corrupto-oportunista Leonel Brizola! Afinal, se a nação perdesse menos, pensava-se, talvez estivesse a ganhar alguma coisa.

Em suma, durante os 21 anos de Regime Militar o país recebeu vários projetos de infraestrutura. Do ponto de vista logístico, foi positivo, mas sem considerar a determinação do poder central: a estatização dos fatores produtivos. De outro lado, quanto aos aspectos econômicos e sociais, o comando militar resultou em desastres: a disparada da inflação, o óbvio desemprego, queda da produção, dívida externa a ultrapassar a casa de US$ 100 bilhões, e a nação fragilizada diante das crises globais (elevação da taxa de juros internacionais e choque dos preços do petróleo).

O retorno ao Estado Democrático foi consequência do desarranjo das instituições envolvidas. Os militares, liderados pelo General Golbery, determinaram a abertura política, desde que através de eleições indiretas. Assim, o novo presidente da República foi eleito pelo Congresso Nacional. Naquela contenda, de um lado teve-se Paulo Maluf, o representante dos militares; do outro, um opositor, Tancredo Neves. A vitória foi de Tancredo, mas estranhamente faleceu de doença grave antes de tomar posse. Dessa forma inimaginável, subiu ao trono o vice da chapa, um desconhecido escritor maranhense, José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, vulgo Sarney.

Sem alongar a história, durante seu governo (1985-1990) Sarney implantou três planos econômicos – Cruzado, Cruzado II e Plano Verão. Todos fizeram água e a economia seguiu direto ao brejal, quer dizer, para o brejo. Como presidente da República, foi um boçal econômico. Congelou os preços de produtos e ordenou que os responsáveis por qualquer aumento fossem presos! Afora isso, distribuiu (sem licitação) mais de mil concessões públicas de rádio e TV, inclusive para sua própria família. Isto em troca de o Congresso dar-lhe mais um ano de desgoverno.

Mas com foco nos escorregões literários do maranhense, Millôr Fernandes publicou a síntese de sua obra: ─ “… até hoje as pessoas me cumprimentam como se eu tivesse escrito sobre “Marimbondos de Fogo” (um livro no qual Sarney atingiu apenas a mediocridade). Só em “Brejal dos Guajas” atingiria a oligofrenia literária, o bestialógico em estado puro”. Ressalta-se que Sarney dos Guajas, o incompetente e corrupto ostensivo, deixou para seu sucessor um pequeno problema: inflação de 1.764%, ao ano.

Quem o sucedeu foi Fernando Collor, o “Caçador de Marajás” (1990-1992).  Era um jovem bastante ativo que amava dar demonstrações públicas de virilidade. Dizia-se campeão de karatê e fazia corridas diárias pelas ruas de Brasília, acompanhado de estafetas. Filho de rica família formada por políticos profissionais[4], com vistas a conter a inflação que lhe deixara Zé Ribamar, o Caçador nomeou sua prima para o cargo de Ministra da Fazenda – Zélia Cardoso de Mello.

Durante sua breve estadia no ministério, Zélia cometeu dois planos econômicos – o Collor e o Collor II. No Plano Collor, implantado na calada da noite, Zélia congelou nos bancos os ativos dos brasileiros que fossem acima de Cr$ 50.000 (Cruzeiros). No Collor II, foram determinados novos congelamentos de preços. Desse modo, sem dinheiro a circular no mercado, instalou-se a rebelião popular e o afastamento da prima Zélia, em 1991, tornou-se inadiável. A última tentativa econômica de Collor foi com o Plano Marcílio, porém, incapaz de conter a hiperinflação – estava por volta de 1.200%, em 1991.

Apesar de liberal, defender as privatizações e o enxugamento do Estado – caso inédito até então – o egocentrismo de Collor deixou-o de calcinhas em público. Seu tesoureiro de campanha, o alagoano Paulo César Farias, vulgo PC, sofria denúncias de corrupção (o notório Esquema PC). Dada a estreita intimidade mantida pelos dois e a denúncia pública de seu irmão, Pedro Collor, investigações foram abertas e comprovaram diversos atos de corrupção cometidos por PC e Cia. Por ser legalmente responsável por aqueles que contrata, Collor de Melo sofreu processo de impeachment e foi condenado no Congresso. No entanto, já partira para Miami, onde morou cerca de 8 anos. Assim como seu pai, nunca foi preso e hoje, pasmem, é Senador da República!

Como vice-presidente de Collor, o engenheiro Itamar Franco (1992-1995) herdou o Palácio do Planalto. A hiperinflação colorizada voava na casa dos 2.300%. Justo por isso, havia um ódio instalado na população brasileira, que resultara das vigarices sucessivas armadas por Sarney e Collor. Porém, Itamar, talvez por ser mineiro, era bom negociador. Muito embora sua doutrina fosse a maldita socialdemocracia, nomeou bons ministros e mandou-os pensar na economia do país, ou seja, como estancar a hiperinflação e o que precisava ser feito.

Edmar Bacha

Economista Edmar Bacha

Foi então que seu Ministro da Fazenda, o acadêmico Fernando Henrique Cardoso (FHC), encontrou na PUC-RJ a possível solução para aquele quadro. Tratava-se do professor Edmar Bacha e sua equipe de economistas. Juntos com Bacha, três deles destacaram-se como criadores do Plano Real, além de gerirem sua complexa estratégia de implantação: Gustavo Franco, André Lara Resende e Pedro Malan. Através de medida provisória (MP-434) publicada por Itamar, o Plano Real iniciou sua implantação a 27 de fevereiro de 1994. Em junho do mesmo ano, vésperas das eleições gerais, a taxa de inflação já caíra para 46,58%. Itamar tinha vários candidatos à presidência que desejava apoiar. No entanto, todos desistiram desta ideia. Por fim, Itamar optou por indicar Fernando Henrique, que se sagrou vencedor já no primeiro turno.

Embora também se tratasse de um socialdemocrata convicto – aquela coisa imprevisível e muitas vezes imprestável –, Fernando Henrique (1995-2002) prosseguiu com medidas econômicas destinadas a consolidar a nova moeda e dar segurança da nação. Assim como a maioria da população brasileira, acredita-se que a privatização de bancos estaduais, da Vale do Rio Doce e da Telebras foram medidas capazes de atrair o capital estrangeiro para o país. É óbvio que a oposição, centrada na “velha esquerda”, urrava sem parar.

Todavia, havia questões importantes a considerar: ─ “A venda de bancos estaduais interromperia um ciclo organizado da corrupção pública que neles ocorria”? ─ “A sociedade brasileira obteria benefícios decorrentes do Plano Real e das privatizações”?

As crises econômicas do México (1994), da Ásia (1997) e, sobretudo, a da Rússia (1998), teriam trazido consequências ainda mais funestas para o país, caso as privatizações não houvessem ocorrido. Chega-se a refletir, aliás, que ainda faltaram muitas privatizações!

Contudo, FHC cometeu um grave erro político: aprovar no Congresso a Emenda Constitucional que lhe permitiu ser eleito para um segundo mandato (1999-2002). Mesmo assim, tornou a vencer o oponente no 1º turno. Porém, abriu espaço para a oposição radical e furiosa – a do PT e seus asseclas.

3º Tempo – a Extorsão

Este período teve início com os mandatos presidenciais do operário Luís Inácio Lula da Silva, o Molusco, (2003-2010), a passar pelos da economista Dilma Rousseff, o Poste (2011-2016), e, talvez, encerrar no mandato tampão do advogado Michel Temer, o Temerário (2016-2018).

Desde que o Brasil se tornou república, nunca houve um tempo de extorsão mais arrasador para a nação brasileira. Organizações criminosas foram criadas no período do Molusco, dedicadas a socializar a corrupção na cúpula dos poderes. Porém, o rei selvagem do populismo, parece ser caso encerrado. Encontra-se trancafiado por 12 anos, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além disso, após cumprir esta etapa na prisão, ficará inelegível por 8 anos. Sem contar outras penas que poderão ser somadas à sua já extensa “folha corrida”, uma vez que é réu em mais 7 processos. Nada mal…

Durante os “anos de chumbo” (1968-1974), o Poste pautava-se por dogmas marxista-leninistas; sofria da ideia fixa de implantar no Brasil, por força das armas, a “ditadura do proletariado” – aliás, por ser demente, acredita nisso até hoje. Com certeza, tratava-se de um poste que portava luz igual à de uma vela apagada. Apesar da sua demência, décadas mais tarde (2003), renasceu para a política através do execrável populismo do Molusco criador, o aberrante corrupto já citado.

Estes dois personagens, notórios em todos os continentes – Molusco e Poste –, conseguiram resultados soberbos: arrasaram a economia brasileira e implantaram o novo sistema de governo: a cleptocracia controlada pelo Molusco em pessoa, óbvio. Afora isso, ambos ainda são motivo de chacotas mundiais. E assim serão, enquanto viverem…

Para sintetizar o fundamento destes quatro mandatos pseudo-esquerdistas, cita-se a frase do saudoso diplomata Roberto Campos: “O PT é um partido de trabalhadores que não trabalham, estudantes que não estudam e intelectuais que não pensam”. Salienta-se que o PT sempre foi um partido de tramoias ou, mais, o Partido dos Trampeiros, aqueles que montam grandes trapaças com dinheiro público.

Logo após o Senado determinar o impeachment do Poste, seu vice, Michel Temerário, assumiu a chefia do executivo (agosto de 2016). Na breve fala de sua posse, nada disse contra a ratoeira econômica que acabara de herdar: inflação crescente, em alta; PIB em regressão violenta; juros maiores que os praticados pelos agiotas da máfia de Chicago; balança comercial arrombada; inigualável déficit fiscal; o dólar a disparar; por fim, ainda havia o programa “Desemprego para Todos”, que funcionava a pleno vapor (por sorte, não era elétrico).

Naquela ocasião, o doutor Temerário parecia adorar problemas sem solução. Para resolve-los nomeou uma razoável equipe econômica. Entretanto, nos demais ministérios, colocou velhos corruptos, todos sob o foco afiado da Lava-Jato! Além, é claro, de um corrupto idiota para comandar a Casal Civil. Parece claro que, desde 1889, o 3º Tempo constitui o pior desastre moral e econômico a que foi submetida a nação brasileira.

4º Tempo – a Desratização

Desde o início da República (1889), a sociedade brasileira assistiu seu poder ser tomado por doutrinas que buscavam o poder absoluto centralizado: várias ditaduras militares e uma civil, a ameaça pérfida do fascismo, o populismo exacerbado, a “simpatia” pelo nazismo, a presença quase constante da manipuladora socialdemocracia, a iminência do comunismo e, por fim, a “descarada cleptocracia” que se instalou no poder central. Foi desse modo que políticos ardilosos consumiram 129 anos de vida da população, a produzir medos e incertezas, além de aumentar o poder do Estado, visto pelo comportamento de seus governos centrais que empobreceram a nação em proveito próprio.

Todavia, ainda existem no Brasil inúmeros cidadãos otimistas, embora sejam minoria. No entanto, a depender do resultado das eleições gerais deste ano, acredita-se que poderá amanhecer um 4º tempo (janeiro de 2019). Será o tempo que a população estará capaz de reverter o cenário fatal em que vive, embora sequer admita. Mesmo que ainda se encontre na exata direção para onde o país caminha, a passos largos: o cenário de sua falência moral e econômica. Não há dúvida que este quadro ficou mais grave após os terremotos do corrupto 3º tempo, quando a sociedade se submeteu ao populismo e perdeu-se à deriva, alheia à própria vida.

Dessa forma, torna-se inadiável desratizar o Estado, ainda que sem envenenar ratos de qualquer espécie. Pode parecer uma visão amadora, mas os votos focados nas próximas eleições são suficientes para higienizar a nação.

De início, o foco dos eleitores deve basear-se no programa de governo anunciado pelos bons candidatos, ou seja, aqueles que não respondam a processos criminais, nem possuam “folha corrida” na Polícia Federal ou no Ministério Público. De fato, responder apenas a esse requisito básico, reduzirá bastante a lista de pretensos candidatos ao poder central.

Quanto ao Programa de Governo, espera-se que cinco abordagens estejam na visão de algum candidato que mereça receber o voto direto:

  • Acreditar na economia de livre mercado, pois chega de ditadura, populismo e socialdemocracia;
  • Tornar a Justiça Federal mais célere e efetiva, com vistas a garantir a segurança nacional;
  • Descentralizar o poder central para os governos estaduais e municipais;
  • Desratizar o Estado e enxugar seus cargos, funções e benesses espúrias, tais como: salários exagerados, lotes de assessores comissionados, carros com motorista, viagens ao exterior, auxílios especiais e empáfias similares;
  • Privatizar empresas, bancos e autarquias públicas, pois todas, além de estimular a corrupção pública, impedem o cumprimento da missão do Estado: garantir Educação, Saúde e Segurança a seus cidadãos.

Salienta-se que, sob a gestão do monarca Pedro II (1.840-1.889), o Império do Brasil era uma potência mundial, bem mais rico e consolidado que o Brasil de hoje.

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[1] Desde meados do século XIX, o historiador britânico John Dalberg-Acton [1834–1902] já ponderava com sua lógica cartesiana: ─ “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”.
[2] Hoje é notório que se trata da “Terra da Corrupção”, o sítio de onde se alastram quadrilhas com dois focos fundamentais: manter a incompetência instalada no poder central e socializar a corrupção pública, ou seja, determinar que qualquer “companheiro” tem direito a fundar sua própria quadrilha. Porém, desde que 2% do que arrecadarem sejam desviados para os cofres da “Quadrilha Central”.
[3] Realça-se que alguns políticos sabiam que Jango mantinha estreitas relações com dois partidos de esquerda, à época: o PCB (Partido Comunista Brasileiro, extinto) e o PSD (Partido Socialista Brasileiro), que há poucos anos se tornou populista, a praticar o impraticável “socialismo democrático”; que nada mais é do que “socialismo light”, sem “lutas de classe”.
[4] Arnon de Melo, pai de Collor, foi governador de Alagoas, deputado federal, três vezes senador, mas também notório assassino. No plenário do Senado, diante de muitos colegas, matou a tiros um senador do Acre, José Kairala, enquanto mirava no seu odiado senador, o alagoano Silvestre Péricles. Arnon nunca foi julgado. Foi, decerto, exemplo de virilidade para seu filho.