Reforma do Estado: urgente!


Por Ricardo Kohn, Consultor em Gestão.

Ricardo KohnEm passado recente (sobretudo, na década de 1960 e início da de 70), ocorria no Brasil o debate extremo sobre dois processos políticos: reformas ou revolução. Os marxista-leninistas defendiam a revolução armada, a extinção das classes não proletárias e a tomada do poder por líderes revolucionários. Mas sempre a dizer que atuavam em nome do proletariado, muitos deles fantoches da ignorância.

E para dar mais vigor a essa maldita proposta, a “propaganda goebbeliana” dos facínoras alardeava que Cuba era a demonstração cabal de uma revolução bem-sucedida!

Todavia, em contrapartida, também existiam os “reformistas”, com alvos mais claros e definidos: propunham um governo liberal e democrático, a melhoria da economia de livre mercado, baseada em atividades da iniciativa privada. Assim, caberia ao Estado tão-somente regular e fiscalizar os meios de produção privados, com despesas de custeio infinitamente menores.

No entanto, os marxista-leninistas alcunharam-na de capitalismo selvagem. Mais tarde, diga-se, com “rótulo acadêmico e intelectual”, chamaram-no de neoliberalismo conservador, pois se auto titulavam como “progressistas”.

Vale relembrar a frase irônica de Millôr Fernandes, quando afirmou das “relações humanas” entre o passado longínquo, ocorrido a cerca de 200 milênios atrás, e o mais próximo, há apenas 12 milênios. Disse Millôr:

─ “No Paleolítico ninguém acreditava no Neolítico”.

Sem dúvida, os últimos governantes do Brasil pensam como os embrutecidos do Paleolítico. No entanto, até mesmo o “homem da pedra“, que sobreviveu ao Neolítico, foi capaz de evoluir e construir artefatos de bronze e ferro. Porém, fez bem ao contrário da corja do planalto, que criou a era do Cleptolítico.

Afinal, o homem do Cleptolítico é uma forte degradação do homo sapiens. Sua vida resume-se em alcançar cargo público de maior destaque, não importa quanto e a quem vai custar. Ele é um idiota, contudo demente e furioso. Se consegue atingir o alvo sonhado, distribui cargos para “companheiros”, todos iguais a ele: cleptomaníacos, puros por cruza.

Assiste-se hoje no Brasil, não sem riscos de retorno, ao início da decadência da “cleptocracia populista” instalada no governo. O pânico do partido é de tal ordem que desistiu de ser revolucionário e passou a propor reformas disparatadas em seu governo. Mas lembre-se: tudo o que precisa de reformas é prédio prestes a tombar. E o partido quer fazer várias: uma reforma política, um “ajuste fiscal” e, pasmem, um “pacote anticorrupção” que seus próprios sequazes cometem sem parar, há mais de uma década.

No entanto, são as mesmas reformas contra as quais o partido atuou como furioso ruminante, a 30 anos atrás. Tanto é fato que a “soberana” – incluindo seu mentor apedeuta e asseclas de variadas súcias e facções – encontra-se perdida qual “cega num choque frontal de trens”. Em 2015, nas poucas vezes que conseguiu abrir a boca em público, não disse coisa com coisa, foi vaiada e recebeu panelaços.

É urgente apagar da história brasileira o Estado Cleptolítico implantado. Para começar, deve-se passar a borracha em partidos políticos – bastam três, desde que não tenham cometido crimes contra o Estado; borracha verde nos ministérios do executivo – bastam os doze essenciais; borracha inapelável em todos os cargos comissionados federais; borracha grossa na quantidade de parlamentares no Congresso e nas “escabrosas ajudas de custo” que recebem; por fim, borracha privatizante em todos as empresas estatais.

A maioria absoluta da sociedade brasileira exige a completa Reforma do Estado! É quase a Revolução